Mães jamais serão ou terão uma palavra singular, pois elas se ressignificam a cada ciclo de vida em uma pluralidade de sentimentos que não se esvai com o tempo. É no abraço de uma mãe que há o refúgio seguro, o porto de todos os horizontes onde as intempéries da vida se transformam em serenidade.
Neste Dia das Mães, celebra-e a essência da existência, a força que se disfarça em suavidade, a sabedoria que se revela em atos de simplicidade. Mãe não é apenas quem salvaguarda no ventre o futuro de uma geração, é uma arquiteta da vida que erige e mantém os alicerces consolidados para o porvir.
Mães são poesia em forma de gente que se reescrevem através das linhas do tempo. Ora na alegria, ora principalmente na melancolia, mantêm uma robusteza descomunal quando é necessário preservar a força indelével do amor. O próprio e ao dos que a cercam.
As mães sabem que homenagens não se circunscrevem a apenas um dia. Toda vivência pertence a elas e reverenciá-las é um tributo ad aeternum à magnanimidade da beleza poética que transcende o físico e se aninha em nossas almas. É um dever, e que se fosse pela legislação não seria nenhum despropósito, reverberar o eco de altruísmo que reside nas mães, esse ser humano que se reinventa diariamente para suportar dissabores, mas, essencialmente, para perpetuar amores.
Que a coexistência entre famílias e mães seja ininterrupta, independente da conjuntura. E que se declame às mães não somente palavras, mas indubitavelmente que a amabilidade presente, não apenas através do verbo, seja uma constante na vida de quem a concebe. Ademais, conceber é uma boa rima para permanecer. Que assim seja, então, todos os dias das mães.
CONTEXTO HISTÓRICO: DE JARVIS A VARGAS
Anna Jarvis é conhecida como a fundadora do Dia das Mães moderno, uma celebração que ela iniciou em memória de sua própria mãe, Ann Reeves Jarvis.
Inspirada pelo trabalho e pela vida de sua mãe, uma ativista social que organizava clubes de trabalho para mães com o objetivo de melhorar as condições de saúde e saneamento, Anna quis criar um dia especial para reconhecer e celebrar o papel das mães na sociedade. Após a morte de sua mãe em 1905, Anna Jarvis promoveu a ideia de um dia oficial para homenagear todas as mães, escolhendo o segundo domingo de maio para coincidir com o aniversário de falecimento de sua mãe.
O primeiro Dia das Mães foi celebrado em 1908, e em 1914, o presidente Woodrow Wilson oficializou a data como um feriado nacional nos Estados Unidos. Porém, tempos depois, Anna ficou desiludida ao ver que o significado original do Dia das Mães estava sendo ofuscado pelo lucro comercial, com empresas lucrando com a venda de cartões, flores e presentes.
Anna Jarvis então dedicou grande parte de sua vida lutando contra a comercialização do Dia das Mães. Ela acreditava que a data deveria ser sobre expressar amor e gratidão de maneira sincera e pessoal, não através de presentes comprados.
Sua luta contra a comercialização do Dia das Mães foi em vão, e ela acabou seus dias em um sanatório, tendo gastado toda a sua fortuna pessoal na campanha contra a comercialização da data.
No Brasil, o Dia das Mães foi oficializado pelo presidente Getúlio Vargas em 1932, seguindo a influência da celebração americana. Vargas era conhecido por seu estilo de governo populista e por promover políticas que visavam a integração social e o bem-estar da população.
A oficialização do Dia das Mães no Brasil pode ser vista como uma extensão dessas políticas, buscando fortalecer os laços familiares e reconhecer o papel fundamental das mães na sociedade brasileira. Desde então, o Dia das Mães se tornou uma das datas comemorativas mais importantes no país, celebrada com grande entusiasmo pelas famílias brasileiras.
A história de Anna Jarvis e a oficialização do Dia das Mães por Getúlio Vargas refletem a importância cultural e social que as mães têm em diferentes partes do mundo, bem como as diversas maneiras pelas quais essa celebração pode ser interpretada e vivenciada.