Uma das regras comezinhas do bom jornalismo, determina que o profissional da comunicação deve checar a informação antes de publicá-la e, diante de uma denúncia, ouvir as partes, sob pena de cometer o desatino de se envolver facciosamente com a notícia. Diz o ditado que: “no jornalismo quem torce, distorce!”
A torcida em forma de jornalismo está ajudando a fazer o mundo que a gente vive hoje um pouco pior. E é importante proteger o jornalismo de verdade, que é uma atividade nobilíssima dentro da nossa indústria de comunicação. Ele que ajuda a sustentar todo o status quo do desenvolvimento econômico, e é responsável pela consciência crítica da sociedade pós-moderna.
No processo de construção da informação, tudo começa no boato – matéria prima daquilo que poderá se transformar ou nao, em um fato. No caso de determinadas operações de denúncias e investigações, a mitomania de alguns acusadores chega como verdade absoluta para alguns setores da imprensa, que nem sempre têm o cuidado de ouvir e saber “o que dizem os citados“, fazendo-os vítimas do Tribunal da mídia, antes mesmo de serem julgados pela Justiça, conforme o que está estabelecido no art. 5º, parágrafo LVII da constituição: “ ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória“. Esta é a lei!
Digo sempre o seguinte: “quando você quiser falar, se coloque no lugar de quem estar ouvindo; e quando você quiser julgar, se coloque no lugar de quem está sendo acusado”. Daí a importância de ouvir os dois lados, porquanto é no fogo cruzado do contraditório que se estabelece a verdade real, e somente num ambiente democrático todos são dignos dessa solicitude.
Nos dias atuais, observamos que o repertório comportamental da sociedade é o resultado do sistema midiático. O homem pós-moderno é submetido diariamente a uma carga pesada de informações, dispondo de pouco tempo para fazer análise crítica de conteúdos publicados e consumidos, que nem sempre traduzem sentimento republicano. Há sempre um interesse por trás da notícia!
Para mim, a arte de informar está na fórmula que adotei como mantra durante mais de quatro décadas de comunicação, principalmente no rádio: “elogiar sem bajular e criticar sem ofender”; ouvindo sempre as duas partes, permitindo ao ouvinte tirar suas próprias conclusões. Aprendi que é preciso ouvir o ausente que não está presente para se defender!
Graças à imprensa, o público é iniciado nas ideias novas, verdadeiras ou não, e o cidadão é levado a se embalar na esperança de que é preciso tomar parte na luta e ser protagonista de transformação social. Isso é fenomenal!
Mas, como diz a letra da canção: “de quem é a razão, quando a razão erra? ” Homens e mulheres, ao julgar os outros erram, embora muitos tenham imensa dificuldade de reconhecer isso. E como diz o ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Melo, se referindo aos erros judiciais: “ninguém devolve ao cidadão a liberdade perdida”!
O jornalismo imparcial é uma abordagem que busca apresentar os fatos de maneira neutra, sem favorecer um lado ou outro em uma questão. O jornalismo nunca mais foi o mesmo depois do surgimento da internet – em razão das novas possibilidades criativas que a rede agregou à atividade e da quantidade de lixo que faz circular pelos circuitos informativos
Por: Edinho Duarte – Jornalista e pedagogo
Uma resposta
Cuidadosamente Brilhante.