Entre os achados estão moedas, cachimbos e materiais que indicam ocupações mais antigas do que as tradicionalmente documentadas nos livros de história sobre o Amapá. Seguindo as normas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), os estudos arqueológicos foram incorporados ao andamento da obra, garantindo a preservação dos vestígios encontrados.
A revitalização da Casa do Governador, executada pela Secretaria de Estado da Infraestrutura, prevê a manutenção das estruturas históricas, paisagismo e adaptação do local para visitação pública. O espaço contará com restaurante, exposição de estruturas preservadas e área para recepção de autoridades.
De acordo com o arqueólogo Kleber Souza, a casa foi construída sobre um sítio arqueológico, o que tornou imprescindível a realização dos estudos para preservar o patrimônio histórico.
“Nessa fase preliminar encontramos um acervo, sobretudo a evidência de ocupação humana do século XVIII e uma das evidências são as moedas de 1775, moeda de bolso, cachimbos holandeses, de matéria prima caulim, encontrados com frequência e que atestam o contato comercial naquele período. Dentro desse contexto, encontramos ainda artefatos de ferro, cerâmicas indígenas que reforçam o acontecimento desse contato. Também encontramos louças europeias, tudo isso dentro de uma evidência de um componente de ocupação relacionado aos séculos XVII e XVIII”, detalhou.
Os artefatos encontrados serão armazenados na reserva técnica do Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas do Amapá (Cepap), da Unifap, onde passarão por processos de higienização, catalogação e análise, com futura publicação dos resultados das pesquisas.