“Tem muita balela neste cenário todo que foi feito aqui, mas faltou o ator principal chamado Ibama. A presidente Magna disse ao presidente Lula: ‘preciso de uma licença’, e as condicionantes que o Ibama vem estabelecendo por último… O hospital é de animais! Me parece que estão protelando cada vez mais a autorização, porque também não está estabelecido que, após a entrega desse último condicionante, o Ibama vai decidir.”
O conselheiro questionou a demora e cobrou uma posição concreta do governo federal.
“E nós somos bobos, presidente? Até quando vamos viver a expectativa dos investimentos? Desculpe abrir meu coração, não sou advogado da Petrobras, mas passei por essa Casa por 3 mandatos.”
Favacho também ressaltou a realidade enfrentada pela população do Oiapoque, alertando para a crise econômica e social que atinge os indígenas e demais moradores da região.
“Fui discutir nas aldeias também, com lideranças indígenas de Oiapoque. Estive recentemente no Oiapoque e fizemos uma sessão onde, como ouvidor do Tribunal de Contas, fomos ouvir o povo do Amapá. A fome que está se instalando em Oiapoque… Os indígenas sequer estão produzindo farinha de mandioca! Vão viver dependendo de cestas básicas?”
Ele cobrou ação direta do presidente Lula para evitar que a população continue sofrendo com o isolamento econômico e a falta de oportunidades.
“O presidente Lula tem autoridade para resolver o problema. É preciso perguntar ao presidente Lula e à ministra Marina: vamos tirar o Amapá do isolamento econômico, da fome? Porque nossos jovens estão indo todos para Santa Catarina por falta de emprego. É preciso que o Ibama diga se vai ou não liberar. Esse estado já foi muito prejudicado em nome da preservação e do seu povo.”
Favacho relembrou ainda o histórico de decisões que, segundo ele, limitaram o desenvolvimento do Amapá, destacando a criação de áreas de preservação ambiental em territórios ricos em recursos naturais.
“O presidente Fernando Henrique criou, na África do Sul, através de decreto, 4 milhões de hectares do Parque Montanhas do Tumucumaque, onde estão as maiores reservas minerais deste estado. Nós temos uma estrada federal que está há 92 anos se arrastando para tentar chegar a Oiapoque. E ainda faltam 100 quilômetros. Não adianta termos nossas florestas intactas em 93% do território se o governo federal não nos dá atenção.”