As escavações fazem parte do projeto do Governo do Estado para transformar o local em um “Parque Residência”, um novo ponto turístico voltado ao resgate histórico e cultural. A obra segue as diretrizes de preservação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e, durante os trabalhos para a construção de novos espaços, especialistas identificaram materiais inéditos que reforçam a existência de um centro histórico em Macapá.
O acervo descoberto conta com uma variedade de louças europeias importadas, especialmente faianças – cerâmicas feitas de barro, argila ou pó de pedra –, provenientes de Portugal e da Inglaterra, datadas entre os séculos XVIII e XIX.

Os pesquisadores estão na reta final da primeira etapa do estudo, concentrada na área principal da antiga residência. Em seguida, as escavações avançarão para outras partes do terreno.
O arqueólogo e coordenador dos estudos, Kleber Souza, destaca a relevância dos achados, que representam a maior coleção de cachimbos e louças europeias associadas à cerâmica em contexto de escravidão já encontrada em um sítio arqueológico no estado.
“Isso revela que existe um centro histórico invisível em Macapá. Talvez essa seja a maior coleção do tipo na Amazônia, com cachimbos de fabricação holandesa e inglesa que ampliam o patrimônio e o acervo histórico e cultural da região”, ressaltou Souza.