Os Agentes Ambientais Indígenas (Agamis) são filhos da terra, conhecedores dos costumes e da floresta, agora capacitados e contratados pelo Governo do Amapá para atuar diretamente na proteção das lavouras e no fortalecimento das práticas agrícolas sustentáveis. A ação, coordenada pelo Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap), ganhou novo fôlego com a contratação de 10 Agamis pelo Governo do Estado.
Esses profissionais atuam exclusivamente no combate à doença da mandioca nas Terras Indígenas Galibi, Juminã e Uaçá, abrangendo cinco regiões: Rio Oiapoque, Rio Curipi, Rio Uaçá, Rio Urukauá e BR-156. Cada território conta com o trabalho diário de dois agentes indígenas, com estrutura oferecida pelo Governo do Estado, garantindo presença constante nas aldeias e roças. A missão é clara: identificar precocemente os focos da praga, orientar os agricultores sobre a limpeza correta dos maquinários, o uso de vestimentas adequadas e, principalmente, quebrar o ciclo de contaminação que vem se espalhando pelas plantações.

O trabalho dos Agamis vai além do campo. Eles participaram de capacitações oferecidas pelo Rurap, com apoio da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). Na formação, os agentes receberam instruções práticas e teóricas sobre como atuar de forma segura e eficiente, respeitando as particularidades das roças indígenas.
Apesar dos avanços, os desafios são grandes. Os Agamis enfrentam deslocamentos entre aldeias distantes, muitas vezes acessíveis apenas por rios ou trilhas de difícil acesso.
Programa
Com duração inicial de 15 meses, o programa dos Agamis é uma iniciativa estratégica do Governo do Estado que visa não apenas o controle da praga, mas também a valorização dos saberes indígenas e a promoção da autonomia das comunidades. Em cada orientação prestada, em cada raiz saudável colhida, há um elo entre a tradição e a ciência sendo fortalecido.