Nos últimos anos, o estado avançou na transferência de áreas da União para domínio estadual, facilitando a regularização fundiária de produtores e comunidades quilombolas. Com isso, muitos agricultores têm retomado investimentos no cultivo de grãos, mesmo após um período de retrocesso provocado por insegurança jurídica e restrições ambientais.
Segundo Roberto Arroyo, presidente da Uniagro, as condições de solo e clima do Amapá permitem o cultivo de duas safras anuais, com potencial para alcançar de 350 mil a 400 mil hectares cultivados. No entanto, atualmente, a área efetiva soma apenas cerca de 10 mil hectares. Entre os desafios, estão a qualidade do calcário para correção do solo, maior oferta de equipamentos agrícolas e mão de obra qualificada.

A variedade de soja Brasmax Olimpo IPRO tem se mostrado promissora para a região, apresentando bons índices de produtividade. Os produtores locais também buscam autorização para antecipar o plantio de soja para dezembro, o que permitiria o cultivo do milho safrinha, aumentando a viabilidade econômica.
Além da produção, o Amapá se posiciona como um polo logístico estratégico para o escoamento de grãos, com localização próxima aos principais mercados consumidores da América do Norte, América Central e Europa. O Porto de Santana e novos terminais privados ampliam a capacidade de exportação, oferecendo custos de frete mais competitivos em comparação a outras rotas nacionais.
Apesar de ainda enfrentar limitações logísticas e a moratória da soja na Amazônia, parte da produção já é exportada para a América Central e Ásia. Para os produtores, o fortalecimento das cooperativas e investimentos em infraestrutura são fundamentais para destravar o potencial agrícola do estado.
“Temos um solo fácil de corrigir, clima excelente e posição estratégica. Com mais apoio e políticas claras, o Amapá pode se tornar referência para o agronegócio brasileiro”, destaca Arroyo.
Fonte: Notícias Agrícolas