O debate destacou a crescente presença de indígenas em cidades do estado, que enfrentam desafios como falta de intérpretes em escolas e postos de saúde, e a necessidade de políticas específicas para educação, saúde e inclusão social.
O Amapá possui 136 localidades indígenas distribuídas em quatro municípios, segundo os novos dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período da pesquisa, o estado tinha 11.334 pessoas indígenas. Desse total, 7.853 (69,3%) viviam em Terras Indígenas e 3.481 (30,7%) viviam fora delas. Cerca de 25,2% (2.859) da população indígena residia em áreas urbanas, enquanto 74,8% (8.475 indígenas) morava em áreas rurais. As localidades mapeadas estão nos municípios de Pedra Branca do Amapari (74), Oiapoque (55), Laranjal do Jari (6) e Serra do Navio (1).

“Buscamos respeito e visibilidade ao povo indígena que vive na cidade. Precisamos que o poder público olhe com atenção para as nossas necessidades, como a falta de intérprete nas escolas e postos de saúde. O indígena chega à cidade sem nenhum tipo de assistência. Por isso, queremos chamar a atenção do Poder Público quanto a estas questões”, destacou o representante indígena em contexto urbano, Glauber Tiriyó.
Durante a audiência, a reitora da UEAP, Kátia Paulino, abordou o papel da universidade na inclusão de estudantes indígenas, enquanto a antropóloga Denise Fajardo apresentou estudos sobre a migração de indígenas dos Complexos Tumucumaque e Paru d’Este, motivada principalmente pela busca por educação e serviços de saúde.
O encontro reforçou a importância de diálogo entre saberes tradicionais e científicos, além da necessidade de políticas públicas efetivas para garantir direitos e inclusão social dos povos indígenas em contexto urbano.





