Quem me conhece sabe que eu sou um sujeito movido a música. Todo mundo sabe que através da música, mais especificamente da letra da canção, eu me comunico frequentemente com as pessoas, com as quais convivo.
Não tenho nenhum preconceito musical. Gosto de todos os gêneros, mas principalmente tenho como hábito analisar a letra e a melodia da canção, para interpretar o recado que o compositor quer passar através de suas obras.
Adoro letras enigmáticas, aquelas que deixam brecha para inúmeras possibilidades de interpretações. O “duplo sentido inteligente”, de letras que provocam a capacidade cognitiva de quem está ouvindo – tirando suas próprias conclusões, é algo que gosto muito de apreciar.
E foi ouvindo “Non, je ne regrette rien” (Não, eu não nada), uma composição de 1956, reconhecida pela belíssima interpretação de Édith Piaf em 1960, que me apaixonei pela música francesa.
Édith Giovanna Gassion, conhecida como Édith Piaf, nasceu em Paris, no dia 19 de dezembro de 1915 – e faleceu no dia 10 de outubro de 1963. Ela foi uma consagrada cantora, compositora e atriz francesa.
O seu ritmo musical era concentrado inicialmente em música de salão e suas variedades, mas ficou reconhecida pelo seu talento com a música francesa de estilo. O seu canto dramático expressava claramente os momentos trágicos que permearam sua intensa história de vida.
“Non, jé ne regrette rien” é uma das mais célebres músicas gravadas por Edith Piaf. Confesso a todos vocês que, quando ouvi pela primeira vez este clássico da música francesa, imediatamente passei a considerar esta letra “minha história de vida”:
“Não! Absolutamente nada…
Não! Eu não lamento nada…
Está pago, varrido, esquecido
Que se dane o passado!Com minhas lembranças
Acendi o fogo
Minhas mágoas, meus prazeres
Não preciso mais deles!Varridos os amores
E todos os seus tremores
Varridos para sempre
Recomeço do zero.Não! Absolutamente nada…
Não! Não lamento nada…!
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal, isso tudo me é bem indiferente!Não! Absolutamente nada…
Não! Não lamento nada…
Pois, minha vida, pois, minhas alegrias
Hoje, começam com você!”
A letra da música “Non, je ne regrette rien” é um dos maiores sucessos da carreira da artista francesa Edith piá. Celebra a biografia dramática e gloriosa da cantora. Criada pela avó, ela cresceu em bordéis de Paris. Aos 15 anos, abandonou a família para cantar na rua. Teve uma filha que morreu aos dois anos, vítima de meningite.
Depois de todas as provas que tive que passar, depois de tudo que vi e vivi nesta vida, resolvi me apropriar dos versos desta bela canção:
“Non, je ne ne regrette rien” expressa uma atitude de resignação e de resiliência que tive que tomar em um determinado momento da minha vida. Como na letra da canção; proclamar que não lamentaria nada do passado; nem o bem, nem o mau que me fizeram.
Entendendo muito bem o que passei, estou pronto para seguir em frente e começar de novo. A principal mensagem que tiro desta belíssima canção é de otimismo e esperança de um futuro mais brilhante, apesar dos acontecimentos passado.
O refrão repetido “Non, je ne ne regrette rien”: … não, eu não lamento absolutamente nada; nem do bem, nem do mal que me fizeram, é uma poderosa declaração de aceitação e confiança; um lembrete para não me deter no passado, mas sim para avançar e prosperar, acreditando que Deus está agindo, providenciando os triunfos da verdadeira justiça.
Por Edinho Duarte – Jornalista e pedagogo