Você já parou para analisar que é provável que o jornalista começou a escrevinhar entre 350 mil a 200 mil anos atrás? A provocação é ousada, porém, curiosa. A suposta localização era a África, o período era o Paleolítico Superior, parte da Pré-História, e era habitado por… nós mesmos, Homo sapiens, só que na versão, digamos, 1.0 da evolução do que foi denominado por cientistas de “homem moderno”.
Os nossos ancestrais já possuíam um cérebro mais evoluído, assim como um sistema nervoso mais desenvolvido, o que já lhes possibilitava ter uma capacidade de raciocínio, linguagem e inteligência mais avançada. Os Homo sapiens, portanto, começavam a aguçar a cognição, principalmente realizando um processo de comunicação visual, as pinturas rupestres.
As pinturas encontradas em cavernas ao redor do mundo são consideradas algumas das primeiras formas de arte e comunicação humana. Portanto, os jornalistas 1.0 já desenhavam traços, figuras geométricas e linhas para deixar registrado a sua realidade para o hoje, que também possui a mesma forma de comunicação visual, por óbvio, incomparavelmente mais avançada, onde o verbo, a imagem e o som são o cotidiano de trabalho do jornalista.
A História sempre se reescreve
O dia 7 de abril, celebrado como o dia dos jornalistas do Brasil, teve a sua gênese de duas maneiras. A primeira remonta à Associação Brasileira de Imprensa (ABI), fundada em 7 de abril de 1908 por Gustavo Lacerda. A ABI, que tem 116 anos, tem sido um centro de ação e defesa dos direitos dos jornalistas, promovendo a ética e a liberdade de imprensa.
Giovanni Battista Líbero Badaró, o homem que fez um imperador abdicar do poder, além de médico também era um jornalista de fina pena por conta da escrita requintada. Proprietário do jornal de nome garboso, o Observador Constitucional, Badaró era um defensor fervoroso da liberdade de imprensa – o que até hoje gera controvérsias e injustiças – e da independência do Brasil.
Aos 7 de abril de 1830, o médico e jornalista foi assassinado por (pasmem) seus envolvimentos políticos contra o reinado no Brasil. Sua morte causou grande comoção e teve um impacto significativo na história do país, culminando na abdicação de Dom Pedro I no dia 7 de abril de 1831.
Jornalismo tem diploma sim!
A primeira faculdade de Jornalismo foi criada em 1912, na Universidade de Columbia, em Nova York, nos Estados Unidos. É a única universidade da prestigiada Ivy League – Harvard, Yale, Brown, Universidade da Pensilvânia, Dartmouth, Cornell, Princeton, Harvard e Columbia – que oferece o curso. A faculdade foi fundada por meio da doação de dinheiro do jornalista Joseph Pulitzer, que ajudou a tornar a imprensa conhecida como o quarto poder e que dá nome ao principal prêmio concedido a jornalistas.
No Brasil, a primeira escola de Jornalismo foi criada em 1947. Atualmente, a instituição chama-se Faculdade Cásper Líbero e localiza-se no prédio da Gazeta, na Avenida Paulista, em São Paulo. A instalação da imprensa no Brasil ocorreu em 1808, com o lançamento do jornal hoje chamado Correio Braziliense. O veículo, fundado pelo jornalista Hipólito da Costa, em Londres, entrava clandestinamente e era do tipo doutrinário, e não noticioso. A primeira edição circulou no dia 8 de junho.
As melhores faculdades de jornalismo do Brasil, segundo o Conceito Preliminar de Curso (CPC), do Ministério da Educação (MEC), que avalia critérios como infraestrutura, corpo docente e recursos didático-pedagógicos são a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), em Porto Alegre, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) em Mossoró (RN), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade de São Paulo (USP).
O jornalista reescreve a vida
O jornalista é essencial para a democracia, pois fornece informação, análise e reflexão sobre eventos globais, nacionais e locais. Os profissionais enfrentam desafios diários na busca pela verdade e na adaptação às mudanças tecnológicas, mantendo o público informado e promovendo a transparência e a prestação de contas. E muitos destes desafios residem na falta de respeito por salários mais dignos para uma profissão que demanda em demasia, mas, mesmo assim, é prazerosa.
É importante reconhecer e valorizar a contribuição dos jornalistas para uma sociedade informada e democrática. Nós somos a voz dos que têm a voz cerceada, os olhos do público e os guardiões da verdade, trabalhando incansavelmente para garantir que a informação seja um direito acessível a todos.
O profissional desempenha um papel fundamental na sociedade como mediador entre os eventos do mundo e o público. Somos responsáveis por investigar, coletar, verificar e apresentar informações de maneira clara e precisa. Os jornalistas também atuam como fiscais do poder, questionando e reportando as ações de governos, corporações e outras instituições, contribuindo para a transparência e a prestação de contas na sociedade.
Os jornalistas também têm a responsabilidade de proteger os princípios da liberdade de expressão e de imprensa, muitas vezes enfrentando riscos pessoais para reportar a verdade. E é por salvaguardar os princípios éticos do jornalismo é que, muitas vezes, os jornalistas sofrem violências físicas ou psicológicas, eventos cada vez mais presentes em uma sociedade sempre mais exigente.
Em tempos de crise ou desastres, somos nós que cumprimos um papel crucial na disseminação de informações vitais e orientações para o público, como ocorreu na pandemia da Covid-19. Eles também têm o dever de combater a desinformação, verificando fatos e dados antes de divulgá-los, o que é especialmente importante na era das redes sociais, onde as notícias falsas podem se espalhar rapidamente.
O ser jornalístico é uma arte que exige clareza, precisão e, acima de tudo, integridade. Ser redator, editor, revisor, ser profissional de portais, telejornais, podcasts, entre outros meios de comunicação, é analisar praticamente todos os contextos existentes na sociedade, como os socioeconômicos, principalmente em um país tão desigual.
É aprender, mas não para ensinar, e sim, conscientizar a população através de matérias de múltiplos temas. Lugar de escrita e de fala são duas das grandes vitorias da democracia, pois os jornalistas, a partir das ruas, nas redações, editorias e produções, conseguem repassar à sociedade uma realidade para se ler nas entrelinhas, pois o motivo de um jornalista existir, é permitir a transcendência social.