Oi, gente!! Hoje eu peço licença para mudarmos um pouco o rumo das nossas conversas, mas sem perder de vista a pesquisa!! É que hoje é o dia da mulher, esse dia em que recebemos homenagens, flores, cartões, enfim, em que somos lembradas de alguma forma. Eu considero muito importante, porém chamo vocês a refletirem que nem teríamos essa data especial, se não fôssemos uma parcela da sociedade que passou muito tempo subjugada e que até às fogueiras foi lançada.
É muito conhecida a história dessa data como homenagem às mulheres mortas em um incêndio em uma fábrica em Nova Iorque, mas a verdade é que a data é oriunda de uma série de movimentos contra as péssimas e desiguais situações a que eram submetidas as trabalhadoras, no final do século XIX e início do século XX. Se hoje vivemos em condições trabalhistas um pouco melhores e alcançamos postos que antes eram ocupados somente por homens, devemos muito a essas mulheres que antecederam à criação do Dia Internacional da Mulher, que por sinal só ocorreu em 1975.
A nossa luta por equidade continua e quero me reportar hoje às mulheres que como eu, se dedicam à pesquisa científica. São muitos os desafios, pois além da pesquisa, assumimos voluntária ou involuntariamente, muitos papéis. Eu, por exemplo, além de ser uma pesquisadora da área da educação, sou mãe de uma garotinha de 8 anos, fase em que não é só dar o alimento e levar para a escola, pois já é a fase de muitos questionamentos, de uma pré-adolescência chegando e com ela, uma necessidade ainda maior de acompanhar de perto. Além do ofício da maternidade, tem a doutoranda que está às voltas da conclusão da Tese, envolta em leituras, coleta e análise de dados. E tem também a esposa, a companheira, que junto ao marido percorre esse caminho de desafios!
Como conseguimos fazer tanto?? Essa é uma pergunta que sempre respondo assim: fazendo sem pensar em como é difícil!! Para escrever esse texto, fui conduzindo a minha mente para todas as questões levantadas (e outras que não couberam aqui) e só então me dei conta de que não é fácil!! Fazemos por somos assim: não vemos limites para fazer o que amamos, e nem de ser a pessoa que os nossos amados precisam! Assim, finalizo parafraseando Caetano Veloso e dizendo a vocês que somente nós, mulheres, sabemos a dor e a delícia de sermos o que somos.
Abraços fraternos!