Os procuradores da República João Pedro Becker Santos e Aloizio Brasil Biguelini, acompanhados da defensora pública federal Cíntia Chaparro Rocha de Carvalho, assessores e policiais do Ministério Público da União, percorreram longos trajetos terrestres e fluviais para conhecer de perto a realidade das comunidades.
Durante as escutas, os integrantes do MPF e da DPU explicaram o papel das instituições e ouviram demandas relacionadas a direitos coletivos. Entre os principais problemas apontados pelos moradores estavam a falta de energia elétrica 24 horas, saneamento básico insuficiente, segurança pública, deficiências na saúde e na educação e ausência de controle de zoonoses.
Em Água Branca do Cajari, a escuta ocorreu na sede da Associação dos Trabalhadores da Reserva Extrativista do Rio Cajari (Astex-CA), onde foram discutidos problemas como falta de asfalto, poeira, doenças respiratórias, segurança e meio ambiente. Em Laranjal do Jari, os moradores destacaram a falta de energia elétrica e obras públicas abandonadas.

No segundo dia, os integrantes do MPF visitaram Vitória do Jari e a comunidade São Francisco do Iratapuru, percorrendo estradas de terra e catraias para chegar aos locais. Em São Francisco do Iratapuru, os habitantes da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, com mais de 800 mil hectares, relataram dificuldades de acesso a serviços básicos e preocupação com possíveis ilícitos ambientais.
A partir dos depoimentos, o MPF vai instaurar procedimentos para apurar as denúncias e cobrar soluções das autoridades responsáveis. Os cidadãos poderão acompanhar o andamento pelo MPF Serviços, disponível em www.mpf.mp.br/mpfservicos.
A organização das escutas contou com a colaboração de líderes comunitários e foi coordenada pela chefe de gabinete Débora Sarges. Esta é a segunda edição do projeto no Amapá; a primeira ocorreu no ano passado, no arquipélago do Bailique, onde nove escutas públicas resultaram na instauração de 24 procedimentos para apurar falhas em serviços básicos.