Novo Código Eleitoral segue para Plenário com voto impresso e cotas para mulheres

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (20) o texto-base do novo Código Eleitoral (PLP 112/2021), que agora segue em regime de urgência para análise no Plenário. Entre os principais pontos estão a impressão do voto pela urna eletrônica, manutenção da cota mínima de 30% de candidaturas femininas, reserva de 20% das cadeiras legislativas para mulheres e a criação de quarentena para “agentes da lei” que pretendam disputar eleições.
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O texto foi aprovado por 20 votos a favor e seis contra, após intensa negociação que incluiu quase 400 emendas, seis relatórios e complementações apresentadas pelo relator, senador Marcelo Castro (MDB-PI). Na reunião, cinco destaques foram analisados e três aprovados.

Voto impresso

Por 14 votos a 12, a CCJ aprovou emenda do senador Esperidião Amin (PP-SC) que determina que as urnas eletrônicas imprimam o registro do voto. A medida, antes rejeitada pelo relator, foi defendida como mecanismo para ampliar a transparência e foi comemorada pela oposição.

Cotas para mulheres

A comissão manteve a exigência de 30% de candidaturas femininas e aprovou a reserva de 20% das cadeiras para mulheres, em emenda apresentada pela senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO). A proposta inclui exceção para casos de desistência após o prazo legal, evitando que partidos tenham que cancelar candidaturas masculinas para manter a proporção.

Recursos próprios

Foi aprovada emenda do senador Jaime Bagattoli (PL-RO) permitindo que candidatos utilizem recursos próprios até o limite total de gastos da campanha. Propostas da bancada do PT para lista fechada e regras proporcionais por federação foram rejeitadas.

Quarentena para agentes da lei

Magistrados, membros do Ministério Público, policiais e guardas municipais deverão se afastar das funções ligadas à atividade-fim um ano antes da eleição para concorrer a cargos eletivos. Militares terão regras específicas conforme a Constituição. Segundo Marcelo Castro, a medida evita uso do cargo para promoção pessoal durante a campanha.

Outros pontos

O relator também alterou regras sobre propaganda eleitoral, retirando do texto menção a “desestímulo ao voto e deslegitimação do processo eleitoral”, após acordo com a oposição.
Quanto ao Fundo Partidário, a CCJ decidiu manter repasses trimestrais com multa em caso de atraso, conforme emenda da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS).

O senador Sergio Moro (União-PR) destacou que as mudanças preservam a Lei da Ficha Limpa, considerada essencial para manter fora da vida pública candidatos condenados por crimes.

Fonte: Agência Senado

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