O secretário de Justiça e Segurança Pública, Cezar Vieira, informou que a operação buscou atingir diretamente a aliança entre a facção amapaense FTA e o PCC. A união entre os grupos dava suporte logístico ao tráfico e ampliava o poder financeiro das organizações.
Ao todo, 58 ordens judiciais foram cumpridas em três estados: Amapá, Amazonas e Paraná. Foram executados 23 mandados de prisão preventiva e 35 de busca e apreensão, além do bloqueio de bens e valores para enfraquecer economicamente o grupo criminoso.

As investigações, que tiveram início após prisões relacionadas ao tráfico, revelaram um esquema sofisticado de lavagem de capitais e apontaram indícios de corrupção envolvendo agentes públicos. O desvio de recursos públicos seria utilizado para financiar ações da aliança criminosa.
Um dos principais investigados é o secretário de Infraestrutura de Vitória do Jari, suspeito de receber R$ 100 mil de uma empresa contratada pela prefeitura para execução de obras — contratos sob sua fiscalização. A suspeita é que parte desse dinheiro tenha sido desviado para fortalecer atividades ilícitas.
A organização utilizava uma rede de laranjas e empresas de fachada para movimentar grandes quantias. Em um dos casos identificados, um operador chegou a movimentar mais de R$ 3,3 milhões, valor incompatível com sua renda, com transferências destinadas a Manaus e Tabatinga, áreas estratégicas do narcotráfico.
O nome “Lâmina de Prata” representa a estratégia de cortar o fluxo financeiro que sustenta a estrutura criminosa. A operação também prendeu lideranças da alta hierarquia das facções, incluindo integrantes da ala feminina e responsáveis pela logística.
A ação contou com o apoio da Polícia Militar, Polícia Penal e do Grupo Tático Aéreo (GTA), que atuaram em conjunto com as equipes da Draco.





