MP-AP promove mediação em Clevelândia do Norte para resolver conflitos entre civis e militares na área de fronteira

O Ministério Público do Amapá (MP-AP) reuniu-se com a comunidade do Distrito de Clevelândia do Norte, no município de Oiapoque, para mediar conflitos e buscar soluções para a convivência entre moradores civis e militares da Companhia Especial de Fronteira do 34º Batalhão de Infantaria de Selva (CEF/34º BIS). O encontro ocorreu na última terça-feira (18) e foi coordenado pelo promotor de Justiça da 1ª Promotoria de Oiapoque, Matheus Silva Mendes. Também participaram o comandante da Companhia Especial de Fronteira, Major Brito, o presidente da Associação de Moradores, Orlando Farias Dias, e integrantes da comunidade.
Foto: Ascom/MP-AP
Foto: Ascom/MP-AP

O MP-AP tomou conhecimento das dificuldades enfrentadas na localidade e acionou o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público Militar para tratar de questões envolvendo a presença do Exército, o funcionamento da Hidrelétrica PCH Salto Cafesoca e seus possíveis impactos ambientais.

Principais demandas da comunidade

Um dos principais pontos de conflito envolve as restrições de acesso a determinadas áreas, impostas por questões de segurança. O Exército explicou que algumas regiões são de uso exclusivo militar, o que tem gerado insatisfação entre parte dos moradores. O comandante Major Brito destacou que, apesar dos esforços para manter a ordem, problemas como tráfico de drogas, repasse ilegal de combustível para o garimpo e o uso de uma área de banho sem controle adequado continuam sendo desafios na região.

Os moradores também relataram dificuldades para reformar suas casas devido a restrições administrativas que impedem construções em alvenaria. Além disso, destacaram a precariedade na prestação de serviços públicos, como a falta de manutenção da iluminação pública, a distribuição irregular de energia elétrica e a ausência de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), que os obriga a se deslocarem até a sede do município para atendimento médico. A comunidade também enfrenta dificuldades de acesso às escolas, agravadas pelas condições ruins da estrada e pela falta de vagas na Escola Duque de Caxias.

Foto: Ascom/MP-AP
Foto: Ascom/MP-AP

Encaminhamentos

O promotor de Justiça reforçou que a presença do MP-AP em Clevelândia do Norte visa ouvir todas as partes e construir um protocolo de convivência que leve em consideração as particularidades da região. Em relação aos serviços públicos, informou que já foi encaminhado um ofício à Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) solicitando esclarecimentos sobre os atendimentos à comunidade e que aguarda respostas sobre a liberação para reformas das moradias.

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