“A criação da unidade de conservação no Amapá não incide sobre os blocos de petróleo e não foi feita agora com o intuito de inviabilizar a Margem Equatorial”, esclareceu Marina. Ela ressaltou que o país tem um déficit de 10 milhões de hectares em unidades de conservação e que as áreas propostas visam proteger populações tradicionais, como ribeirinhos, pescadores e comunidades indígenas, abrangendo cerca de 24 mil pessoas.
A ministra também reconheceu que, embora o governo do Amapá tenha inicialmente apoiado a iniciativa, houve um aumento da tensão no estado, o que levou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) a suspender a última audiência pública sobre o tema.

O senador Lucas Barreto (PSD-AP), autor do requerimento que convidou Marina Silva a prestar esclarecimentos, criticou a criação das quatro novas unidades no Amapá, que somam 1,3 milhão de hectares. Segundo ele, 74% do território do estado já é ocupado por áreas de proteção, onde 75% da floresta primária está preservada. Apenas 11% do Amapá estariam disponíveis para atividades econômicas, de acordo com o senador.
“Essas reservas não vão impedir a exploração de petróleo, mas vão impedir que o Amapá se desenvolva. O estado quer o direito de explorar as riquezas da sua costa”, afirmou Barreto.
As unidades de conservação são áreas protegidas, instituídas por lei, com o objetivo de preservar e restaurar a biodiversidade, promovendo a sustentabilidade dos ecossistemas. Marina Silva destacou que a criação dessas áreas segue um plano estratégico, resultado de anos de debate e articulação com a sociedade e o governo estadual. Das quatro unidades previstas, duas seriam de responsabilidade do governo federal e duas seriam criadas pelo próprio governo do Amapá.
Fonte: Agência Senado