Nesta sexta-feira, 15, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, reuniu-se com o vice-governador da Província de Guangdong, Zhang Hu, para apresentar oportunidades comerciais ligadas à bioeconomia da Amazônia, especialmente do Amapá, valorizando práticas sustentáveis de manejo agrícola das populações tradicionais.
Guangdong, maior potência econômica da China e líder do PIB nacional, é um dos principais motores de crescimento e inovação do país, concentrando empresas com atuação no Brasil nos setores automobilístico, industrial, tecnológico e de telecomunicações.
Durante o encontro, Waldez destacou que a experiência da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau pode inspirar parcerias nas áreas de bioindústria, transição energética, infraestrutura sustentável, desenvolvimento urbano e cooperação educacional e científica. “Devemos ampliar nossa pauta de exportações além da soja, café e carne, incluindo produtos que despertam o interesse dos chineses, como açaí, cacau, mel, chá, champanhe, vinho e café”, disse o ministro.

Zhang Hu afirmou que Guangdong está disposta a ampliar a integração logística por meio da rota entre a Baía de Guangdong e o Porto de Santana, otimizando conexões portuárias e fortalecendo a cooperação bilateral.
O governo brasileiro também acompanha com atenção as políticas territoriais chinesas e busca diálogo com governos subnacionais que lideram transformações econômicas e sociais. “O Brasil e a China vivem, depois de décadas, um dos melhores momentos de cooperação, com mais de 50 instrumentos firmados nas mais diversas áreas pelos presidentes Lula e Xi Jinping”, ressaltou Waldez.
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) apoia empresas nacionais interessadas no mercado chinês e, em julho, inaugurou um escritório em Shenzhen, na província de Guangdong.
Rota e integração econômica
O protocolo para criação da rota foi firmado em 4 de novembro de 2024. Além de reduzir prazos logísticos, a conexão posiciona Santana como centro estratégico para importação de biofertilizantes e escoamento de produtos agrícolas brasileiros para a China.
Paralelamente, foi lançada a Plataforma Integrada de Serviços Econômicos e Comerciais Sino-Latino-Americana, em parceria com a empresa chinesa Zhuhai Sino Lac e a Companhia Docas de Santana. Waldez formalizou o acordo durante visita da comitiva chinesa ao Amapá, enfatizando esforços para simplificar processos, reduzir barreiras e ampliar a cooperação logística.
Comunidade Brasil-China
A criação da Comunidade Brasil–China de Futuro Compartilhado para um Mundo Mais Justo e um Planeta Mais Sustentável estabelece diretrizes para os próximos 50 anos de relações diplomáticas.
Para implementar essa agenda, a Casa Civil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NDRC) articulam sinergias entre a iniciativa chinesa Cinturão e Rota e programas brasileiros como o Nova Indústria Brasil (NIB), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Plano de Transformação Ecológica e o Programa Rotas da Integração Sul-Americana.