Algoritmos do ódio

No começo da semana, segunda-feira, (3), a ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia tomou posse no cargo de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ela vai comandar a justiça eleitoral, de olho nas eleições de 2024 em todo o Brasil.

Em seu discurso, falando sobre o tema “desaforo tirânico” das redes sociais, a nova presidente do TSE chamou a atenção do povo brasileiro para aquilo que ela denominou de “algoritmo do ódio”, tema que merece toda a nossa atenção, reflexão e melhores explicações, em tempo de polarização provocado por insano maniqueísmo político.

As pessoas perguntam, mas o que é algoritmo? 

Sabe quando você está navegando por um site ou olhando suas redes sociais e, de repente, recebe uma sugestão de conteúdo sobre exatamente aquilo que estava pesquisando a poucos instantes? Pois é, isto é algoritmo. Os algoritmos são sequências de instruções ou operações para alcançar um objetivo. Nas plataformas sociais, o objetivo do algoritmo é melhorar a experiência do usuário, mostrando publicações e anúncios do seu interesse. 

Os algoritmos são projetados para executar tarefas de forma eficiente, o que significa que eles podem processar grandes volumes de dados e realizar operações complexas em tempo hábil. Em suma, um algoritmo é uma sequência de etapas com o objetivo de resolver um problema de forma automática. Esse passo a passo é escrito em linguagem de programação, definindo uma espécie de rotina para que processos eletrônicos sejam executados. 

As pessoas também perguntam, como os algoritmos influenciam o uso das redes sociais? 

Os algoritmos das redes sociais identificam quais publicações devem ser entregues para mais ou menos determinadas pessoas. Eles decidem como ranquear os resultados de um feed, a partir do grau de relevância daquele conteúdo para cada usuário. Por isso, depois de uma simples pesquisa, você acaba recebendo uma avalanche de informações que podem até ser comprometedoras.

Nós estamos vivendo transformações que chegaram com intensos debates nas redes sociais sobre os limites da chamada “ liberdade de expressão “. Olhando este ambiente tóxico de agressões desnecessárias, ausência de tolerância e falta de respeito entre as pessoas nas redes sociais, a impressão que eu tenho é que o algoritmo gosta do discurso de ódio.

É visível que o tecido social da nossa democracia está corroído pelas Fake News, são os “algoritmos do ódio” que trazem essa revelação. E neste particular, nós precisamos tomar todo cuidado necessário para não sermos atraídos para este abismo moral que promove a banalidade do mal.

Por: Edinho Duarte | Jornalista e pedagogo

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