A cerimônia de abertura contou com a presença do presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin; do secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Simon Stiell; e dos representantes dos Círculos da Presidência da COP30. A sessão foi conduzida pelo presidente da conferência, embaixador André Corrêa do Lago, e pela diretora-executiva, Ana Toni.
Em seu discurso, Alckmin destacou os três eixos que orientam a presidência brasileira da COP30: reforçar o multilateralismo e o regime de mudança do clima, aproximar as discussões climáticas da vida cotidiana das pessoas e acelerar a implementação do Acordo de Paris. Ele também ressaltou o compromisso do Brasil em liderar pelo exemplo, citando a nova meta de redução das emissões líquidas de gases do efeito estufa entre 59% e 67% até 2035, em comparação com os níveis de 2005.
O presidente em exercício lembrou ainda o protagonismo brasileiro na transição energética. Enquanto 69 países geram metade de sua energia a partir de fontes renováveis, o Brasil já ultrapassa 80% da matriz elétrica sustentável.
Durante o evento, os líderes dos quatro Círculos da Presidência da COP30 apresentaram um balanço das ações realizadas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que coordena o Círculo de Finanças, destacou três propostas principais: o Fundo Florestas para Sempre, que busca um novo modelo de financiamento climático; a Coalizão Aberta para Integração dos Mercados de Carbono, voltada à harmonização dos mercados regulados; e a Supertaxonomia, que pretende padronizar critérios de investimento sustentável entre países.
O ex-presidente da COP21, Laurent Fabius, enviou mensagem reforçando que o foco das próximas conferências deve ser a execução dos compromissos já assumidos. “Devemos concentrar nossos esforços na implementação dos acordos existentes, e não na criação de novos”, afirmou.
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, ressaltou que a COP30 será histórica pela representatividade dos povos originários. “Teremos a maior participação indígena já registrada, com uma delegação expressiva na zona azul. Queremos soluções que reconheçam os territórios como sumidouros de carbono e valorizem as comunidades locais”, afirmou.
Encerrando a sessão, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, falou sobre o Círculo do Balanço Ético Global (BEG), liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. O grupo propõe uma abordagem ética na ação climática. “A emergência climática também é uma crise moral e civilizatória. O BEG busca abrir um espaço de escuta global sobre como alinhar decisões políticas à urgência de agir”, afirmou Marina.
Ela lembrou ainda que seis diálogos regionais do BEG foram realizados neste ano, um em cada continente, reunindo governos, sociedade civil e especialistas em meio ambiente.
Fonte: COP 30