Cadeados rompidos – por Edinho Duarte

O homem pode perder tudo na vida, mas nada pode o atingir tanto quanto, quando é roubada sua liberdade.

O homem pode perder tudo na vida, mas nada pode o atingir tanto quanto, quando é roubada sua liberdade. E “Cadeados rompidos” nem sempre é sinônimo de liberdade, mesmo quando a justiça reconhece atropelo de legalidade, erros processuais no caso da famigerada Operação Eclésia: não foi respeitado o princípio do promotor natural!

Dizem que a a justiça de Deus tarda, mas não falha, basta confiar!

E eu fico me perguntando, o que o ser humano é capaz de fazer tomado pelo sentimento de vingança?

Estamos falando de uma operação feita de forma açodada, passando por cima de regras comezinhas do direito processual, com a conivência de alguns setores da mídia, que colocou na condição de refém o Poder Legislativo Estadual e transformou num inferno a vida de pessoas de bem e de seus familiares.

Para alcançar o seu intento, o “promotor de exceção” não teve nenhum pudor, ao utilizar de artimanhas arbitrárias, manobras processuais, desobediência à decisão Superior e até xingamento ao presidente do STF, conforme disse, com provas documentais o advogado Inocêncio Mártires em Podcast que participou recentemente – o promotor público Afonso Guimarães confidenciou para Alessandra, assessora da desembargadora Sueli Pini: … escreva aí, esse será o último mandato do Waldez, da Marília e do Roberto… do meu ponto de vista não poderia ter melhor resultado… Porque eu nunca penso hoje… Trabalho pensando no amanhã…( Doc. 9).

Na subtração e na soma dos fatos, incríveis 4.159 dias se passaram, dos quais 1.000 dias no cárcere. Para mim, esse lamentável episódio serviu como um grande aprendizado de tolerância, resiliência às humilhações, resignação e fé.

Não obstante o sentimento de indignação que inicialmente tomou conta de mim, decidi não valorizar problemas e incompreensões; não guardar ressentimentos; e exercitar o perdão. Porque sei que, quem não perdoa, morre antes!

Mas, escrevo para não deixar sepultar dentro de mim a capacidade de me indignar. Indignação tem sido minha fonte de inspiração; e minha fé é meu refúgio, porto seguro que me mantém no firme propósito de enfrentar as provas da vida que ainda tenho que passar. Faço isso com paciência!

A paciência é a primeira Lição de sabedoria que devemos aprender no cárcere. Aprender com o tempo a disciplinar a vontade, subjugar as paixões e entender que fenômenos humanos levam as pessoas a fazerem julgamento precipitado de fatos, por desconhecimento da verdade real.

Às vezes você encontra o seu destino, no caminho que pegou para evitá-lo. E foi isso que aconteceu comigo! Mas o tempo é inexorável e se encarrega de colocar tudo no seu devido lugar. E sempre acreditei que Deus estava providenciando os triunfos da verdadeira vitória. E só assim, os cadeados seriam rompidos.

E a despeito de tudo que aconteceu comigo, mantenho o meu respeito pelas instituições. Mas as instituições são feitas por pessoas, e as pessoas erram – erram por ignorância ou motivadas pela conveniência, ou má-fé.

Por: Edinho Duarte – Jornalista e pedagogo

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