Milho nosso de cada dia

Há um pouco de Inca no sangue Tucuju.

Quando os espanhóis chegaram a América Central e depois a América do Sul, encontraram povos (asteca, maia, inca) com alguns aspectos de sua civilização bem mais avançados que a Europa na mesma época (como a astronomia e arquitetura).

O que eles viram em 1492, e que até hoje muitos historiadores e pesquisadores desconhecem, é que esses europeus observaram apenas resquícios de uma civilização que já tinha alcançado o seu ápice a mais de 1500 anos atrás, e aquelas pessoas formavam apenas um povo decadente, saudoso de seu passado e cheio de superstições (sacrifício humano), como sempre têm acontecido na história das grandes civilizações depois que chegaram ao ápice. Vejam os romanos, judeus, assírios e babilônicos e agora parece que assistimos o Americano.

Todas as lendas desses povos falam que eles viviam de maneira selvagem (sob o ponto de vista de hoje), nômade e sobreviviam da coleta, quando surgiu o grande “DEUS”, que os ensinou a arquitetura, medicina e principalmente a agricultura. Deu-lhes sementes para o cultivo, sendo o milho o mais significativo, e que passou a ser considerado sagrado por esses povos e formou a base de sua alimentação, tendo esse hábito alimentar passado de geração em geração e ainda hoje verifica-se na zona rural dos Países da América Central, principalmente da camada mais pobre, que é a base da alimentação cotidiana na suas formas mais variadas (cru, cozido, óleo, alimentação animal, mingau, canjica, pamonha e outros).

Com a necessidade de novas formas de energia renovável, o mundo procura esse maná enérgico, e os EUA, estão produzindo etanol a partir do milho e adquirindo os grãos dos produtores rurais mexicanos, pagando preços bem acima do mercado, e deixando os consumidores pobres sem o precioso alimento.

No momento estamos assistindo uma crise financeira bancária que se expande para outros setores da economia com grandes chances de provocar dentro de algum tempo o aumento dos preços dos grãos que servem de material prima e que são as principais comodites nas bolsas de futuro.

O Brasil consome cerca de 10 milhões de toneladas de trigo por ano, e cerca de 85 % desse consumo é importada da Argentina. Os produtores argentinos sempre preferiram vender ao Brasil devido ao preço mais elevado pago pelos importadores brasileiros, fazendo com que o preço do pão na Argentina aumentasse quase 50 % no ano de 2022. E como medida drástica, o governo taxou a exportação em quase 80 %, forçando que o trigo permaneça no país e conseqüentemente poderá falta no Brasil.

O milho é um alimento que contém todos os elementos essenciais para o homem em todas as fases da vida, desde a infância a velhice. Então por que não utilizamos o milho como base de nossa alimentação diária no lugar do trigo? Porque não pão de milho? O ato de preferir pão de trigo é em decorrência de influencia religiosa, principalmente a judaica Cristã.

Hoje o Amapá precisa desenvolver o seu meio rural e essa seria uma oportunidade de produzir um alimento saudável e adaptado a nossa região (ao contrário do trigo que é de região de clima temperado) e com isso ajudaríamos os nossos pequenos produtores. Temos terra e clima para isso. Podemos usar as várzeas no verão onde a produtividade é maior.

Como toda mudança desse porte ela não pode ser radical, porém, poderíamos aos poucos ir adicionando o milho ao trigo e até mesmo a mandioca e, todo mundo sairia ganhando. Trocaríamos os nossos habito, estaríamos nos alimentando mais saudavelmente e com alimentos adaptados ao nosso clima equatorial.

Temos fortes resquícios e pista da presença de incas em nosso Amapá lá pelas bandas de Calçoene. Isso nos leva a afirmar que “há um pouco de INCA no sangue Tucuju”.

Por Raul Tabajara – tabajara.raul@gmail.com

Uma resposta

  1. Muito interessante esse texo! Milho é um alimento indispensável, agradecimentos ao Deus que nos prporcionou conhecer e saborear esse alimento.

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