A denúncia é fruto da Operação Bonecos, iniciada em 2017 no Amapá. Durante as investigações, MPF e Polícia Federal identificaram que a organização operava de forma estruturada, com a participação de dois servidores da Superintendência de Administração do Ministério da Fazenda no Amapá, que alteravam cadastros no sistema de gestão de pessoal e geravam senhas irregulares para a liberação dos empréstimos.
Para cometer as fraudes, o grupo acessava dados de servidores com boas margens de crédito, falsificava documentos como identidade, contracheques e comprovantes de residência e realizava transações bancárias. As pessoas recrutadas para assinar contratos e sacar os valores eram chamadas de “bonecos”, escolhidas com base na faixa etária das vítimas. O dinheiro obtido era transferido para o líder da organização, que redistribuía os valores entre os membros.
O MPF destaca que a organização criminosa tinha uma divisão clara de tarefas entre seus integrantes, com responsabilidades que iam desde a busca de vítimas e falsificação de documentos até a inserção de dados falsos no sistema e movimentação do dinheiro.
Os denunciados responderão pelos crimes de associação criminosa, estelionato majorado, uso de documento falso, falsificação de documento público, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informação. Caso condenados, as penas podem chegar a até 32 anos de prisão