Como estamos quase terminando o mês das mulheres e tantas coisas foram debatidas, vou abrir espaço para falarmos da importância das mulheres na ciência. Sabemos que durante muito tempo as mulheres foram excluídas da educação científica formal, e só passaram a ser admitidas nas sociedades científicas aproximadamente no final do século XIX. Assim, podemos dizer que a ascensão das mulheres nas faculdades possibilitou empregos para mulheres cientistas e maiores oportunidades de educação.
Contudo, de acordo com artigo da National Geographic, intitulado O Dia Internacional das Mulheres e meninas na ciência em números: qual é a situação das cientistas hoje, a maioria dos países “ainda não alcançou a igualdade de gênero no campo das ciências” e, segundo a Organização das nações Unidas (ONU), apenas uma em cada três pesquisadores é mulher. Felizmente, o artigo também mostra que a América Latina e o Caribe, junto com a Ásia Central, são regiões que conseguiram atingir paridade na proporção de pesquisadores homens e mulheres. Na América Latina, 45% de todos os pesquisadores são mulheres.
O artigo alerta, porém, que ainda é incipiente a representação das mulheres nos níveis mais altos das carreiras profissionais, sendo estas mais curtas, com salários mais baixos e menor divulgação das produções científicas, o que acaba se refletindo em uma paridade digamos que “incompleta.” Busquei os dados apresentados no artigo para confirmar o que vejo na prática, pois ainda é nítida a necessidade de nós, mulheres, tomarmos posse desse lugar ainda tão masculino: a ciência.
Por isso, quero incentivar você, pesquisadora, mostrando algumas das mulheres cientistas que abriram o caminho para nós: Caroline Herschel, primeira mulher a descobrir um cometa; Ada Lovelace, primeira programadora de computadores, tendo iniciado o sistema informático que temos hoje; Marie Curie, física e química polonesa pioneira nos estudos sobre a radiação que levaram à descoberta de dois elementos radioativos: o rádio e o polônio. Aqui no Brasil, destaco Nísia Floresta Brasileira Augusta, educadora, escritora e poetisa brasileira, considerada uma pioneira do feminismo no Brasil que escreveu livros em defesa dos direitos das mulheres, dos índios e dos escravos ainda nas primeiras décadas do século XIX.
São tantas mulheres que não haveria como listar, mas finalizo com Marilena Chauí, filósofa e historiadora de quem extraio um pensamento que para mim resume muito a importância de entendermos uma frase que ouvimos muito nesse mês de março: “o lugar da mulher é onde ela quiser.”
Se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações, numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes.
Sigamos, então, quebrando as barreiras com as nossas pesquisas!! Um grande abraço!