Coordenado pelo Instituto Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Improir), o museu reúne um acervo diverso e vivo: esculturas africanas, fotografias históricas, objetos do cotidiano, cerâmicas quilombolas, arte contemporânea e livros.

Entre esculturas, imagens e objetos que resgatam a memória ancestral, o espaço abriga também uma sala de arte e literatura, onde palavras atravessam o tempo. Uma das homenageadas é Negra Áurea, escritora amapaense cujas obras sobre empoderamento feminino agora integram o acervo.
Macapá é hoje a segunda capital brasileira com o maior percentual de população negra, com 76% dos moradores se autodeclarando pretos ou pardos, segundo o Censo 2022 do IBGE. Este dado reforça a relevância do museu como local de memória, valorização e pertencimento da identidade afro-amapaense, refletindo toda a diversidade e força cultural dessa população.
A estrutura abriga três salas expositivas: uma permanente, uma temporária e outra dedicada ao Marabaixo, além da sala literária — um espaço de encontro entre palavras e pertencimento, onde autores e autoras negros do Amapá passam a ocupar, com dignidade, o lugar de referências culturais.
Um momento importante da cerimônia foi a sanção, pelo prefeito de Macapá, da Lei nº 2.927/2025, que oficializa a criação do Museu de Artes, Culturas e Memórias Negras como instituição pública permanente. A lei estabelece como missão do museu preservar, valorizar e comunicar o patrimônio material e imaterial construído pelas populações negras no município.
“Macapá é uma cidade construída pelo trabalho e pela cultura do povo negro. Este museu é um gesto de respeito, de reparação e de compromisso com a verdade da nossa história”, afirmou o prefeito Dr. Furlan durante a cerimônia.