O Amapá também foi atingido por essa tragédia. A jovem Jenife Silva, natural de Santana, teve sua vida interrompida em circunstâncias que apontam para feminicídio em território boliviano.
Diante da gravidade do caso, o conselheiro federal da OAB-AP, José Luiz Wagner, e a ouvidora-geral da Seccional, Marcelane Araújo, estiveram no Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), em Brasília, a pedido do presidente da OAB-AP, Israel da Graça, para tratar do andamento das investigações.
Na reunião, os representantes da advocacia amapaense receberam a confirmação de que o Itamaraty acompanha de perto a apuração, reforçando sua preocupação com a segurança de brasileiros no exterior e o compromisso em buscar justiça para Jenife Silva.
“É uma luta que envolve não apenas a defesa da memória da vítima e o amparo à sua família, mas também a garantia de que outras brasileiras não sofram o mesmo destino em solo estrangeiro”, destacou o conselheiro José Luiz Wagner.
Feminicídios na Bolívia e o impacto sobre brasileiras
A Bolívia está entre os países com índices mais alarmantes de violência contra a mulher na América Latina. Casos envolvendo brasileiras assassinadas em território boliviano vêm se repetindo nos últimos anos, gerando indignação e preocupação entre familiares, entidades de direitos humanos e órgãos diplomáticos.
Relatórios de organizações internacionais apontam que mulheres migrantes estão ainda mais vulneráveis, devido a barreiras linguísticas, culturais e jurídicas, que dificultam denúncias e o acesso à justiça. Para as famílias no Brasil, a dor é agravada pela distância e pela demora no esclarecimento dos crimes.
Atuação firme da OAB-AP
O presidente da OAB-AP, Israel da Graça, reforçou que a entidade seguirá acompanhando cada etapa do caso.
“Este não é um caso isolado. Precisamos lutar por mecanismos mais eficazes de proteção para mulheres brasileiras que vivem fora do país. A OAB-AP está empenhada em cobrar respostas rápidas e efetivas, garantindo dignidade e justiça às famílias atingidas por essas tragédias”, afirmou.
Apoio às famílias e mobilização internacional
O caso de Jenife Silva reforça a necessidade de políticas binacionais para proteção de mulheres. A expectativa é de que a cooperação entre Brasil e Bolívia resulte em maior rigor nas investigações e punição exemplar dos responsáveis.
Enquanto isso, a família da jovem recebe apoio jurídico e institucional da OAB-AP, que segue articulando ações junto ao Itamaraty e a organismos de defesa dos direitos das mulheres, reafirmando que a vida de cada brasileira importa – dentro e fora do país.
Brasileiras vítimas de feminicídio na Bolívia
2014 – Santa Cruz de la Sierra: Jovem brasileira de 26 anos, natural do Mato Grosso, assassinada após denunciar agressões do companheiro boliviano.
2017 – Cochabamba: Estudante brasileira de Direito, 22 anos, morta dentro de casa; acusado foi preso, mas processo demorou anos.
2020 – Santa Cruz de la Sierra: Juliana Rodrigues, 30 anos, desapareceu e foi encontrada morta; caso gerou protestos de movimentos feministas.
2023 – La Paz: Brasileira de 24 anos morta pelo companheiro; crime mobilizou embaixada e organizações feministas.
2025 – Caso Jenife Silva (Amapá): Jovem natural de Santana (AP), assassinada em circunstâncias que apontam feminicídio. Caso acompanhado pelo Itamaraty e OAB-AP.