Segundo as investigações, a quadrilha utilizava “mulas” — transportadores humanos — que levavam cocaína ao exterior por meio da ingestão de cápsulas, inserção em cavidades corporais ou fixação ao corpo. A prática representa elevado risco à vida dos envolvidos e à segurança dos voos. Em um dos casos, uma mula, sob efeito da droga, tentou abrir a porta de uma aeronave durante o voo, colocando todos os passageiros em risco.
A operação cumpre 25 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão expedidos pela 11ª Vara Federal do Ceará. Também foi solicitada à Interpol a emissão de notificações vermelhas para foragidos no exterior.

Os investigados poderão responder por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa e crime contra a segurança aérea — crimes que, somados, podem ultrapassar 20 anos de prisão.
O nome da operação faz referência à estratégia dos criminosos de não embarcar em voos monitorados (“no show”) para despistar a ação da polícia.
No Amapá, a Polícia Federal contou com o apoio da CORE/PC e cumpriu 19 mandados de busca e 12 de prisão preventiva nos municípios de Macapá, Santana, Tartarugalzinho e Oiapoque:
- Macapá: 12 mandados de busca e 9 de prisão nos bairros Congós, Marabaixo, Muca, Alvorada, Beirol, Pedrinhas, Jardim Felicidade, Buritizal e região central.
- Santana: 1 mandado de busca.
- Tartarugalzinho: 1 mandado de busca e 1 de prisão.
- Oiapoque: 5 mandados de busca e 2 de prisão.
Como resultado parcial, sete pessoas foram presas — cinco em Macapá e duas em Oiapoque. Em uma das residências alvo, foram apreendidos cerca de 250 munições de diversos calibres, uma arma de fogo e aproximadamente 1 quilo de cocaína. O responsável foi autuado em flagrante por tráfico.