Governo confirma Belém como sede da COP 30 e busca soluções para alta no valor das hospedagens

Apesar da crise provocada pela disparada nos preços das hospedagens, o governo brasileiro confirmou que Belém seguirá como sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), marcada para novembro. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (6) pelo presidente da COP 30, embaixador André Corrêa do Lago, durante audiência pública na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados.
Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados
Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

“Sim, vai ser em Belém. Costumo dizer que o plano B é Belém. A escolha tem grande simbolismo por representar os desafios enfrentados pela maioria do mundo. A cidade já recebeu investimentos importantes, que deixarão um legado positivo à população, especialmente em infraestrutura”, afirmou Corrêa do Lago.

Segundo o embaixador, os problemas enfrentados não estão relacionados à falta de hospedagem, mas à elevação dos preços, com diárias até 15 vezes maiores que o valor habitual. Como reflexo dos custos elevados, a Áustria — país com alta renda — desistiu de enviar seu presidente à conferência e será representada pelo ministro do Meio Ambiente.

Para garantir a participação de países insulares e menos desenvolvidos, acomodações com preços acessíveis serão ofertadas. A Secretaria Especial da Casa Civil (SECOP), a Procuradoria do Estado do Pará e órgãos de defesa do consumidor também atuam para enfrentar os abusos de preços.

“Os valores estão muito acima dos praticados em outras COPs e isso nos preocupa, pois queremos uma conferência inclusiva”, ressaltou Corrêa do Lago.

A expectativa é de que a COP 30 seja marcada pela implementação de acordos já firmados nas últimas décadas, incluindo o Acordo de Paris. O evento também pretende promover ampla participação da sociedade civil, povos tradicionais, setor privado e representantes de parlamentos e governos locais.

Financiamento climático

Entre as metas da COP 30 está a ampliação dos recursos dos países ricos para os países em desenvolvimento, passando de US$ 300 bilhões para US$ 1,3 trilhão ao ano a partir de 2035. Questionado sobre os impactos da possível saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, caso Donald Trump volte à presidência, Corrêa do Lago afirmou que acredita em um “pacote complexo de soluções financeiras”, incluindo:

• Ampliação do papel dos bancos multilaterais de investimento;
• Troca de dívidas por ações de combate às mudanças climáticas;
• Criação de taxações internacionais;
• Revisão na definição de risco dos países em desenvolvimento.

Fonte: Agência/Câmara de Notícias

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