Amapá confirma caso de raiva humana em área remota de Oiapoque

A Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá (SVS/AP), por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs Amapá), confirmou um caso de raiva humana com provável local de infecção na região do Cabo Orange, área de manguezal situada no município de Oiapoque.
Foto: Divulgação
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O paciente é um pescador artesanal de 24 anos que foi agredido por um primata não humano (PNH) durante atividade de pesca. Após o incidente, o Governo do Estado iniciou uma resposta integrada envolvendo vigilância, assistência, laboratório e órgãos ambientais.

“A SVS está mobilizada, por meio do Cievs, para proteger a saúde da população e fortalecer as ações em todo o território. O Governo do Amapá já está agindo de forma rápida e coordenada para garantir uma resposta eficiente”, destacou a superintendente da SVS, Claudia Pimentel.

Dias após a agressão, o pescador apresentou sintomas compatíveis com encefalite aguda viral e foi transferido para uma unidade hospitalar de referência no Pará. O diagnóstico de raiva foi confirmado por RT-PCR em amostras de saliva e biópsia. O sequenciamento genético, realizado pelo Instituto Pasteur (SP), identificou a variante AgV3, associada a morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus e a morcegos frugívoros do gênero Artibeus.

Classificação epidemiológica

O caso foi classificado como confirmado para raiva humana, conforme critérios nacionais de vigilância epidemiológica. A exposição ocorreu em ambiente silvestre, envolvendo agressão por primata — um cenário relevante em áreas com circulação de variantes virais de morcegos.

Segundo a SVS, o sequenciamento genético reforça a hipótese de transmissão relacionada a morcegos, principais reservatórios da variante identificada.

Ações adotadas pelo Estado

Com a confirmação, o Estado implementou medidas imediatas nas áreas de assistência e vigilância, incluindo registro do caso no SINAN, atualização da linha do tempo e monitoramento clínico contínuo do paciente.

No que se refere à Profilaxia Pós-Exposição (PEP), foi reforçada a avaliação de risco e a administração de vacina e soro antirrábico aos contatos, ação iniciada pela Vigilância Municipal de Oiapoque.

A SVS também orientou todas as unidades de saúde a manterem alerta para pacientes com histórico de exposição a animais silvestres, garantir estoque adequado de vacinas e soros, reforçar a notificação imediata de agressões por animais e intensificar ações educativas voltadas a pescadores, ribeirinhos e moradores de áreas remotas.

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