O senador Randolfe Rodrigues, líder do governo Lula no Congresso Nacional, tem sido um exímio articulador para a inclusão de obras estruturantes no Amapá. Como os trechos norte e sul da Rodovia BR-156, Oiapoque e Laranjal do Jari respectivamente.
O parlamentar participou, na terça-feira, 29, na Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), da assinatura das ordens de serviço para a construção das novas aldeias que abrigarão os povos originários que serão realocados para que os 110 km da BR-156 restantes até o Oiapoque sejam concluídos.
As sete aldeias indígenas que serão realocadas são Anawerá, Tukay, Samaúma, Yawaka, Estrela, Ahumã e Kariá, localizada na Terra Indígena Uaçá. A previsão do Dnit é que é que os trabalhos das novas aldeias iniciem em julho. As localidades indígenas serão como cidades, com as devidas adequações às tradições dos povos originários. Nas sete aldeias são estimados cerca 500 indígenas, distribuídos entre as etnias Palikur, Karipuna e Galibi-Marworno.
Serão construídas parques infantis, casas, escolas, quadras-poliesportivas, postos de saúde, centros comunitários, igrejas, centros de tradições e alojamentos e ainda contará com um serviço de saneamento básico. O senador Randolfe afirmou que o investimento nas novas aldeias será de R$ 66 milhões.
A realocação foi discutida com as comunidades e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), levando em consideração a topografia e a disponibilidade de recursos naturais para a população indígena. O senador Randolfe Rodrigues reforçou o “compromisso do governo Lula com a proteção e respeito aos povos indígenas, em linha com a Constituição de 1988 e as recentes afirmações da Suprema Corte”.
O cacique Edmilson Oliveira, coordenador do Conselho dos Caciques dos Povos Indígenas do Oiapoque (CCPIO) confirmou que a realocação dos indígenas para um lugar com melhor infraestrutura será determinante para a vida dos povos originários da região.
“Nós estamos esperando 20 anos pela realocação”. Nunca fomos contra a conclusão do trecho até o Oiapoque, até porque nós também podemos precisar de uma estrada de qualidade para ter mais rapidez no transporte de produtos agrícolas, por exemplo. Quando a estrada estiver concluída, todos serão beneficiados”, completou o cacique da Aldeia Curipi.
A Rodovia BR-156, durante toda a sua longa história, tem peculiaridades relativamente negativas, apesar da exuberância amazônica ao seu redor. Um contraste e tanto. O início da construção da rodovia, por volta de 1932, remonta ao Governo Provisório de Getúlio Vargas, que havia chegado ao poder após a Revolução de 30 e permanecido até 1934. Em 1932, o Amapá era um “Zé Ninguém”, nem território, muito menos um estado. Era um reles agregado do Pará.
Quilômetros à frente, ou anos, o governador do promovido Território Federal do Amapá (TFA), Janary Gentil Nunes, recém-nomeado pelo Getúlio Vargas de 10 anos passados, desta vez tendo seu Estado Novo para chamar de seu, voltou sua atenção para a coitada da rodovia que nem 156 era, mas sim 15. Janary já havia declarado a rodovia como uma espécie de xodó e já imaginava as pessoas partindo de Macapá até a atual Oiapoque Após ter conseguido o feito de expandir a rodovia que, assim como o TF do Amapá, também foi promovida a um dígito a mais. A BR-156 já alcançava o Amapá e Calçoene.
Em 1976, a Rodovia BR-156 também evoluiu e foi asfaltada pela primeira vez. Aula básica de Matemática. Contando de 1932, quando a rodovia supostamente fora iniciada, até 76… são 44 anos. Agora, considerando o governador Janary Nunes quando assumiu o TFA em 1943 e foram quilômetros a plena vista. Aula básica de Matemática, Módulo II. O festejado asfalto em 1976… 33 anos haviam passado pela linha do tempo de uma rodovia que hoje possui uma extensão aproximada de 800 km, do trecho norte, que leva ao Oiapoque ao trecho sul que leva até a Laranjal do Jari.
A BR-156 já está há quase meio século que não foi concluída. Desde os primeiros resquícios de pavimentação lá em 1976. Retornando à linha do tempo da rodovia, R$ 200 milhões já foram aplicados na pobre BR-156 até hoje. Porém, o senador Randolfe Rodrigues, teve a iniciativa de ser o articulador e intermediador junto ao Governo Lula, pela conclusão de toda a rodovia, principalmente no trecho sul que está com 271 km bastante comprometidos, sem um metro de asfalto.
Segundo o superintendente regional do Dnit, Marcello Linhares, o Governo Federal, por intermédio do senador Rodrigues, incluiu a Rodovia BR-156 no Novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Inclusive, meio bilhão de reais já estão destinados para ambos os trechos da rodovia, principalmente o trecho sul que castiga as pessoas, ora por poeira, ora por lama e atoleiros.
Linhares ainda explicou que inicialmente serão pavimentados 56 quilômetros, no trecho que compreende os quilômetros 687 e 743 da rodovia. Esta etapa da obra, orçada em R$ 268 milhões, está prevista para começar após a realocação dos povos originários estiver completa. Os demais 54 quilômetros deverão ser licitados pelo Dnit em agosto.
A Rodovia BR-156 é o “Oiapoque ao Chuí” do Amapá. Por aproximadamente 800 quilômetros, conecta o Laranjal do Jari, terra das castanheiras, no sul do Amapá e na divisa com o Pará, até Oiapoque, terra do geoturismo, no norte amapaense, na fronteira com a Guiana Francesa.
A conectividade aprimorada com a Guiana Francesa é particularmente promissora, pois cria um corredor turístico internacional, aumentando o potencial para o turismo transfronteiriço e colaborações binacionais em projetos de turismo sustentável.
O senador Randolfe Rodrigues declarou que a realocação das aldeias indígenas para a pavimentação da rodovia simboliza o fim da mais longa obra do Brasil. Ele destacou a importância da conclusão da pavimentação da BR-156 e o impacto positivo que isso terá para a população em geral, incluindo a população indígena.
“É o fim de uma longa novela para quem trafegava por 110 km em estrada de terra, no trecho norte, e em breve no trecho sul. Poeira no verão, atoleiros no inverno. Os prejuízos neste tipo de estrada são incontáveis, dos materiais e principalmente aos humanos, como ambulâncias que podem ter problemas mecânicos, o atraso no transporte de alimentos não perecíveis, de cargas frigorificas ou na entrega dos hortifrutis produzidos na região. A partir de julho, o progresso é que será transportado para a vida das pessoas”, resumiu o senador.