A recente parceria firmada entre a empresa Google e o Ministério da Saúde democratizará ainda mais as informações dos mais de 40 mil centros de saúde pública existentes no Brasil. No Amapá, são 171 instituições de Atenção Primária à Saúde (APS), como Unidades Básicas de Saúde (UBS).
MS e Google simplificarão e agilizarão o alcance ao atendimento à saúde pública a partir da tecnologia e de forma simultânea. O trabalho prevê atualização de dados, como endereço, contato e horário de funcionamento. O reforço à conscientização à vacinação é uma das principais metas do MS.
A integração de dados atualizados sobre o atendimento à saúde pública, no buscador do Google e no Google Maps, permite que os usuários realizem uma busca por locais de vacinação. A busca por endereços, números de contato e horários de funcionamento para o atendimento será mais completa se termos específicos como “vacinação perto de mim” forem digitados no buscador e no serviço de mapas do Google.
O Calendário Nacional de Vacinação, que permite a verificação de datas disponíveis para imunização, terá um link dedicado. Outro aspecto importante da divulgação é a inclusão de mensagens e links diretos para o Calendário Nacional de Vacinação nos resultados de busca relacionados à saúde, o que facilita o acesso dos usuários às informações corretas e oficiais. Isso é especialmente relevante em um momento em que o país enfrenta desafios com a queda nas coberturas vacinais e epidemias de doenças como a dengue.
O Google Trends, uma ferramenta utilizada pelo Google para medir o interesse dos usuários por diferentes temas, revelou que o Brasil é o terceiro mais ativo em buscas relacionadas à saúde e o sétimo quando a pesquisa é sobre vacinação, o que indica um grande potencial para essa parceria impactar positivamente a conscientização e a prevenção em saúde pública.
O Amapá possui 171 estabelecimentos de Atenção Primária à Saúde (APS), que compreendem Unidades Básicas de Saúde (UBS), Postos de Saúde e unidades móveis fluviais e terrestres. Além disso, a Estratégia e Saúde da Família (ESF), essencial para a atenção básica, possui equipes multiprofissionais responsáveis por no máximo 4 mil pessoas.
O ESF também ampliou sua cobertura, passando de 138 mil para 220 mil pessoas cadastradas entre 2021 e 2023, refletindo um esforço contínuo para melhorar o acesso à saúde nas comunidades. Esse universo de profissionais que servem à saúde pública é substancial, pois com o uso da plataforma do Google e mais os dados fornecidos pelo MS, os atendimentos serão mais dinamizados e encurtados não apenas geograficamente.
Segundo dados da Demografia Médica de 2024, divulgados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o Amapá possui 195 profissionais do programa Mais Médicos atuando em todos os municípios. A atenção primária à saúde do Amapá tem mostrado avanços nos últimos anos. Por outro lado, os números apresentados pelo CFM mostra que 92% dos médicos registrados no estado do Amapá estão atuando em Macapá.
Isso representa um total de 1.040 médicos só na capital, enquanto apenas 93 médicos estão distribuídos pelo interior do estado. Essa concentração de profissionais de saúde na capital reflete uma disparidade que é observada em várias regiões do Brasil, onde as capitais e grandes centros urbanos tendem a ter uma maior densidade de médicos em comparação com as áreas mais remotas.
Importante ressaltar que o monitoramento e o mapeamento que será feito pelo Google também atingirá o programa Mais Médicos, onde a população poderá obter dados detalhados sobre a atuação desses profissionais, permitindo um planejamento mais eficaz e uma resposta mais rápida às necessidades de saúde da população.
Um dos principais desafios da parceria entre o Google e o Ministério da Saúde inclui a garantira pela precisão e a atualização constante das informações de saúde. Esta integração fará com que os usuários tenham acesso a informações confiáveis e em tempo real. Além disso, o Ministério da Saúde insiste na conscientização pela vacinação, no alcance das pessoas aos centros de saúde, especialmente em áreas remotas e menos conectadas, como algumas regiões da Amazônia Legal. Outro ponto é a necessidade de superar barreiras linguísticas e culturais para que as informações sejam compreendidas por todos os segmentos da população.
A segurança cibernética também está alinhada entre MS e Google, afinal, dados de saúde são sensíveis e devem ser protegidos contra acessos não autorizados e ataques cibernéticos. A parceria vai assegurar a privacidade dos usuários e a integridade dos dados. A colaboração contínua entre as equipes técnicas do Google e do Ministério da Saúde é essencial para manter os sistemas robustos e seguros.
A sustentabilidade tecnológica a longo prazo também é um contexto inegável da parceria. É necessário que haja um compromisso contínuo com recursos e suporte técnico para que a iniciativa não perca sua eficácia com o tempo. Além disso, a parceria deve ser flexível o suficiente para se adaptar às mudanças tecnológicas e às novas necessidades de saúde que possam surgir.