A cultura brasileira, de tão rica e diversa, tem a capacidade de gerar, mesmo em épocas distintas, dois esplêndidos sucessos que cresceram juntos pelas décadas da história tupiniquim e tucuju, desafiando, inclusive, a ditadura militar que havia dado o golpe em 1964. No âmbito nacional, a canção “A Banda”, composta por Chico Buarque, em 1966, vencedora da segunda edição do consagrado Festival da Canção Brasileira, realizado, à época, pela TV Record.
No caso do Amapá, um singelo, mas festivo bloco de rua surgido de um jogo de carteado, em 1965, entre amigos que estavam “à toa na vida” e que, algum tempo depois, decidiram por colocar e “ver a banda passar cantando coisas de amor” pelas ruas da outrora Macapá.
A música é de Buarque, mas a recém-criada confraria carnavalesca macapaense, formada por José Figueiredo de Souza, hoje com 88 anos, Amujacy Borges Alencar, Jarbas Gato, Zequinha do Cartório, entre outros, se inspiraram com a interpretação de Nara Leão que, junto a Chico, havia cantado no citado festival da canção.

Savino, em declaração ao portal de notícias do Governo do Amapá, detalhou que mais adeptos foram surgindo com o tempo “e o movimento foi aumentando, aumentando e estamos aqui até hoje. A Banda faz parte da história do Amapá, ela é do povo!“
Helder Carneiro, filho de Savino, ainda completou explicando que os militares da época temiam por uma espécie de levante, através do bloco, contra a ditadura. “Os soldados fecharam o trecho onde hoje fica a sede do Ministério Público, na Avenida FAB. Na época, isso foi o gás que o bloco precisava, eles bateram o pé e disseram: ‘pois ano que vem nós vamos sair de novo’, e isso já dura 59 anos”, relembra Helder Carneiro.

Portanto, batizado, o que hoje é o maior bloco de rua do Norte, ‘A Banda’ que, segundo a Associação de Brincantes e Simpatizantes do Bloco de Sujos, que organiza o evento, leva em torno de 150 mil pessoas pelas ruas de Macapá. Este ano, no domingo, (03), ‘A Banda’, uma jovem e vigorosa senhora, que em 2025 completará 60 anos, homenageará os 80 anos de criação do Amapá, terá mais ênfase em campanhas contra importunação sexual, o “não é não”, sempre bom evidenciar, além da prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST).

E para ver a marcha alegre se espalhar pela avenida com segurança, um grande aparato de defesa social está escalado para agir antes, durante e depois do evento. A Polícia Militar levará mais de 300 policiais, 100 bombeiros, 30 policiais civis, além da Polícia Técnica com 36 profissionais e o apoio do Grupo Tático Aéreo (GTA), com oito agentes distribuídos no policiamento terrestre e aéreo e emprego da tecnologia como drones.

Pra não perder e ver A banda passar…
E você que não pretende perder a banda passar e cair em desencanto, abaixo o trajeto para que você tome o seu lugar:
Os organizadores anunciam que a concentração, marcada para as 13h30, será na sede do bloco, na Avenida Iracema Carvão Nunes, com o tradicional caldo servido aos brincantes. Com cinco trios elétricos, o percurso tem inicio na Praça Veiga Cabral, seguindo pelas ruas Cândido Mendes, Henrique Galúcio, passando pelo pequeno trecho da Rua Tiradentes, depois pela Avenida Feliciano Coelho, Rua Leopoldo Machado e, por fim, na Avenida Ernestino Borges.
Uma resposta
Eu morava na Presidente Vargas uma casa depois do Amapá Clube , ainda gitinho, via vovô, papai, tios, primos e primas sairem na Banda, que se concentrava no bar João Assis que depois virou Gato Azul (Presidente Vargas esquina com São José) de propriedade do Amujacir.