Amapá alcança números alarmantes nos casos de dengue

Oiapoque segue sendo o município que mais preocupa o poder público; Estado mobiliza autoridades em saúde com métodos mais abrangentes.
Foto: Reprodução G1
Foto: Reprodução G1

O inverno amazônico chegou para valer no Amapá trazendo benefícios para o estado, entre outros, o término da estiagem iniciada em 2023, ano considerado atipicamente quente, em especial o mês de outubro que registrou temperaturas máximas entre 35º e 36, 5º.

Porém, outros problemas também acompanham o período chuvoso, como maiores incidências de dengue, Chikungunya e Zica, em especial atenção à primeira enfermidade, onde o aumento dos casos de dengue no estado já supera o mesmo intervalo de tempo de 2023, em alarmantes 876,1%, segundo dados da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS).

Isso significa que a cada 100 mil habitantes, os prováveis casos chegam a 195,5 e que 1.883 já foram notificados, além de 527 pessoas já confirmadas com a doença. os números foram divulgados pelo informe da SVS na terça-feira, 27. O Amapá é sexto estado em números de casos.

Emergência na fronteira

Porém, é no extremo norte do Amapá, no município de Oiapoque, que exatamente outro extremo preocupa: o aumento significativo da incidência de dengue que, até o fechamento desta matéria, já ultrapassa os 300 casos confirmados.

Duas pessoas, na região, já perderam a vida por conta da dengue grave, provocada pelo vírus D3, inclusive uma técnica em enfermagem indígena que pertencia à etnia Galibi-Marworno. Chama a atenção que o Oiapoque não registrava óbitos por dengue desde janeiro de 2019.

Foto: SVS/AP | Medidas de combate ao mosquito da dengue são ampliadas no Amapá. Método popularmente conhecido como “fumacê”, é intensificado na capital e em municípios com grande incidência de casos de dengue, como o Oiapoque.
Foto: SVS/AP | Medidas de combate ao mosquito da dengue são ampliadas no Amapá. Método popularmente conhecido como “fumacê”, é intensificado na capital e em municípios com grande incidência de casos de dengue, como o Oiapoque.

No dia 1º de fevereiro, o governador Clécio Luís (@clecioluis_), em face da gravidade do contágio da doença, chegou a decretar emergência de saúde pública no município, medida oficializada quando há constatação de 300 casos confirmados, o que já configura uma epidemia. Segundo o Ministério da Saúde, a decretação de emergência é um instrumento legal que torna mais ágeis medidas administrativas, onde os estados têm autonomia para declarar.

Uma força-tarefa foi articulada para diminuir os casos deste então. Reforço na limpeza geral da cidade, na aplicação de vacinas, na rapidez dos diagnósticos e aumento da borrifação de inseticidas, estão entre as ações mais destacadas.

Segundo a SVS, foram encontradas larvas do mosquito em todos os 5.774 domicílios visitados pelas equipes, o que preocupa e acelera ainda mais o combate ao vetor da dengue, o Aedes aegypti. Em 50 das residências, ao menos uma pessoa estava contaminada.

Temporada de caça aos mosquitos

Foto: Mônica Silva | Número de biomédicos no Laboratório de Fronteira (Lafron), no Oiapoque, é aumentado para agilizar os diagnósticos. Horário de funcionamento do laboratório foi ampliado para 22h.
Foto: Mônica Silva/SVS | Número de biomédicos no Laboratório de Fronteira (Lafron), no Oiapoque, é aumentado para agilizar os diagnósticos. Horário de funcionamento do laboratório foi ampliado para 22h.
Foto: Mônica Silva/SVS | Equipe da Secretaria de Vigilância em Saúde do Amapá (SVS), distribuem armadilhas em Oiapoque.
Foto: Mônica Silva/SVS | Equipe da Secretaria de Vigilância em Saúde do Amapá (SVS), distribuem armadilhas em Oiapoque.

Outra medida que vem sendo adotada pelo poder público amapaense, é o uso de armadilhas de ovoposição, a “ovitrampa”. Idealizado no Rio Grande do Sul, o método simula um depósito de ovos, onde o mosquito fêmea é atraído pelo levedo de cerveja que há dentro de um vaso que também contém água. A armadilha foi instalada pelos técnicos do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) em 85 locais estratégicos, facilitando a catalogação do número de mosquitos em até 10 quarteirões.

O uso das ovitrampas vem somar com as ações do Governo do Amapá no município de Oiapoque para o combate e controle do mosquito Aedes, como os mutirões de limpeza, o monitoramento de pontos estratégicos, ações educativas e de bloqueios e as inspeções de rotina” sustentou o superintendente da SVS, Cássio Peterka.

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