O Carnaval é um evento que possui uma fusão de potências. Além de temas variados que engrandecem e ressignificam diversos contextos culturais, estéticos e sociais, contando histórias e causos na passarela do samba, o período carnavalesco também é um cardápio recheado de possibilidades para o empreendedorismo.
Só no Sambódromo de Macapá, mais de 200 comerciantes estiveram vendendo seus diversos produtos ao público. Além das próprias escolas de samba que compraram a maior parte do material usado para a confecção de fantasias, construção de alegorias e montagem de esculturas, entre outros, no mercado local, o que favorece a economia.
Não houve economia na avenida do samba
Falando em aspectos financeiros, as agremiações carnavalescas que fecharam os desfiles na Ivaldo Veras, não economizaram em termos de riqueza. De acordo com as suas respectivas realidades, levaram à avenida do samba uma diversidade pedagógica de conscientização social e fantasia através de seus enredos.
Pelo Grupo de Acesso, a Emissários da Cegonha abriu os desfiles para dar liberdade às “Vozes”, título do enredo, que foram e são silenciadas pelo preconceito. Os 1.150 brincantes ajudaram a escola a fazer barulho, através do amor, contra a discriminação e as desigualdades sociais. Evidenciando a inclusão, a agremiação ainda levou à passarela dois intérpretes de libras.
Também lutando pelo acesso ao Carnaval de 2025, a Solidariedade, com 700 brincantes, resolveu desmistificar um dos animais mais temidos: o jacaré, que é a sua mascote. Sob as bençãos da chuva, o enredo “Jacaré: Lenda, História e Paixão”, apresentou a escola em um animado desfile que resumiu a mitologia e a simbologia acerca do animal, além de fazer com que o público lembrasse da lendária figura da “Cuca”, do famoso “Sítio do Pica-Pau Amarelo”.
Já pelo Grupo Especial, a sempre forte concorrente ao título, Maracatu da Favela, levou os festejos juninos ao Sambódromo. Com o enredo “Alavantu”, a verde e rosa amapaense com 1.150 brincantes, fez uma divertida e curiosa fusão entre Pierrot, personagem icônico do Carnaval, com Matuta, que faz referência às quadrilhas juninas. Será que o “forrosamba” agradou aos juízes?
A Unidos do Buritizal fez a plateia se alegrar tal qual o tamanho do seu enredo “Sorria, você está no Buriti! E nessa noite de magia, não há tristeza que eu não transforme em alegria!”. Com mil brincantes, o azulão viajou pela história do humor, contando o passado e a contemporaneidade de figuras como palhaços e comediantes. Chico Anysio e Paulo Gustavo foram homenageados.
Encerrando a programação de desfiles no Sambódromo, na alvorada deste domingo, 11, a tradicional Piratas da Batucada, do bairro do Trem, que defende o título este ano, literalmente navegou na Ivaldo Veras para comemorar os 50 anos de sua história. A chuva forte não impediu a agremiação que levou mais brincantes à passarela, 2.500, a apresentar o enredo “Nas águas do tempo, mergulhei meu coração, sou Piratão além da imaginação”. O Piratão levou o público a um contexto repleto de misticismo que relacionou piratas a seres das profundezas dos mares. Entre monstros marinhos, Netuno e o reino perdido de Atlântida, a escola contou a própria história.
Expectativa pelo título
A Liga Independente das Escolas de Samba do Amapá (Liesa) fará a apuração dos desfiles do Carnaval 2024 na quarta-feira, 14, a partir das 14h. Os jurados avaliarão o Enredo, Samba de Enredo, Bateria, Alegorias, Fantasias, Comissão de Frente, Mestre Sala e Porta-Bandeira, Evolução e Harmonia, atribuindo notas de 1 a 10.
Do Sambódromo às ruas
A programação da folia tucuju continua neste domingo, na segunda-feira, 12, e na terça-feira, 13, encerrando as festividades carnavalescas de 2024. Estarão presentes, na Orla de Macapá, artistas locais e nacionais em palcos e trios elétricos, até a saída da tradicional ‘A Banda’.