Junho é o sexto mês do calendário gregoriano, tem trinta dias e recebeu o nome da mulher do deus romano Júpiter. Junho faz alusão a Juno, deusa romana protetora das mulheres, do casamento e da maternidade.
O mês de junho é marcado por algumas datas bem conhecidas por todos os brasileiros, como a Quadra Junina e as comemorações dos santos desse período festivo. Uma outra particularidade é que não há muitos feriados oficiais no mês de junho.
Se o mês de junho faz alusão à Deusa romana protetora das mulheres, é um momento oportuno para fazermos uma reflexão sobre a “Violência contra a mulher”. Violência contra a mulher é qualquer tipo de ação danosa física, sexual, psicológica, patrimonial ou moral, cometida pelo fato de o alvo ser uma mulher.
A violência contra a mulher pode ser praticada no âmbito da vida privada em ações individuais, exemplos disso são: o assédio moral e/ou sexual, a violência doméstica, o estupro, o feminicídio. A violência contra a mulher tem como origem a construção desigual do lugar das mulheres e dos homens nas mais diversas sociedades. Portanto, a desigualdade de gênero é a base de onde todas as formas de violência e privação contra mulheres estruturam-se, legitimam-se e perpetuam-se.
A desigualdade de gênero é uma relação de assimetria de poder em que os papéis sociais, o repertório de comportamentos, a liberdade sexual, as possibilidades de escolha de vida, as posições de liderança, a gama de escolhas profissionais são restringidas para o gênero feminino em comparação ao masculino. As causas, portanto, são estruturais, históricas, político-institucionais e culturais. O papel da mulher foi por muito tempo limitado ao ambiente doméstico, que, por sua vez, era uma propriedade de domínio particular que não estava sujeita à mesma legislação dos ambientes públicos.
Assim sendo, a própria mulher era enxergada como uma propriedade particular, sem direito à vontade própria e sem direito à cidadania forjada nos espaços públicos; não à toa o sufrágio feminino e os direitos civis para mulheres são conquistas recentes em muitos países e ainda não completamente efetivadas em nenhum lugar do mundo.
Neste domingo, 2 de junho, será realizada a “Marcha contra o Feminicídio – Justiça por Daniella” em memória de Daniella Pelaes, irmã da prefeita de Pedra Branca do Amapari, Beth Pelaes. Familiares e amigos se reunirão no Complexo Rampa do Açaí às 17h, depois caminharão até a Delegacia da Mulher finalizando a homenagem na Catedral de São José, onde ocorrerá a missa de sétimo dia de Daniella, às 19h. “Que ela não seja apenas mais uma estatística”.
E para fugir um pouco do clichê “Empoderamento da Mulher“, eu deixo aqui uma reflexão – Mulheres: igualdade é mais importante que “empoderamento”. O que elas querem é igualdade de condições – direitos e deveres. Porque direitos elas têm de menos e deveres elas têm de mais.
Por: Edinho Duarte | Jornalista e pedagogo