Samba 15, do Amapá, é o vencedor do concurso da Mangueira para o Carnaval 2026

A Estação Primeira de Mangueira já tem o samba-enredo que irá embalar seu desfile no próximo carnaval. O vencedor foi o samba 15, assinado pelos compositores Joãozinho Gomes, Pedro Terra, Tomaz Miranda, Paulo César Feital, Herval Neto e Igor Leal.
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A escolha ocorreu no último sábado, 27, durante uma grande festa na quadra da escola, no Rio de Janeiro, que reuniu sambistas, compositores, admiradores do carnaval e uma torcida vibrante.

O enredo da Verde e Rosa para 2026 é “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju – O Guardião da Amazônia Negra”, uma homenagem ao cientista popular amapaense que se tornou referência de sabedoria, resistência e preservação da cultura amazônica. O desfile promete um mergulho na ancestralidade afro-indígena e na riqueza cultural do Amapá, exaltando a trajetória de Mestre Sacaca.

Confira abaixo a composição vencedora na íntegra:

Finquei minha raiz
No extremo norte onde começa o meu país
As folhas secas me guiaram ao turé
Pintada em verde-e-rosa, jenipapo e urucum

Árvore-mulher, mangueira quase centenária
Uma nação incorporada
Herdeira quilombola, descendente palikur
Regateando o Amazonas no transe do caxixi
Corre água, jorra a vida do Oiapoque ao Jari

Çai erê, babalaô, mestre sacaca
Te invoco do meio do mundo pra dentro da mata
Salve o curandeiro, doutor da floresta

Preto velho, saravá
Macera folha, casca e erva
Engarrafa a cura, vem alumiar
Defuma folha, casca e erva… saravá
Negro na marcação do marabaixo

Firma o corpo no compasso
Com ladrões e ladainhas que ecoam dos porões
Ergo e consagro o meu manto
Às bençãos do Espírito Santo e São José de Macapá
Sou gira, batuque e dançadeira (areia)

A mão de couro do amassador (areia)
Encantaria de benzedeira que a amazônia negra eternizou
No barro, fruto e madeira, história viva de pé
Quilombo, favela e aldeia na fé

De Yá, benedita de oliveira, mãe do morro de mangueira
Ouça o canto do uirapuru
Yá, benedita de oliveira, benze o morro de mangueira
E abençoe o jeito tucuju
A magia do meu tambor te encantou no jequitibá
Chamei o povo daqui, juntei o povo de lá
Na Estação Primeira do Amapá

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