No último dia 06, dezesseis militares do Corpo de Bombeiros do Amapá foram convocados para cooperar nas operações de busca, resgate e salvamento diante do desastre climático que assola o Rio Grande do Sul. Já se passaram dez dias e os militares já testemunharam cenários desoladores que tomaram conta da beleza exuberante do estado, como Bento Gonçalves, município da famosa e prestigiada Serra Gaúcha, que fica a cerca de 157 km de Porto Alegre.
O Major Aderaldo Leite , comandante do contigente de bombeiros do Amapá, relatou que os especialistas em resgate estão empenhados para localizar possíveis sobreviventes soterrados pelos deslizamentos, através do uso de drones e cães treinados para detectar sinais de vida sob os escombros.
Os drones estão maximizando a eficiência das buscas e expandindo a capacidade de vigilância sobre a vasta área afetada, oferecendo uma visão aérea fundamental para o mapeamento das zonas de risco e localização de vítimas. Este recurso é primordial diante das dificuldades impostas pelo corte no fornecimento de energia e serviços de internet, que têm prejudicado a comunicação entre as equipes de resgate e as autoridades coordenadoras.
ELITE DO CORPO DE BOMBEIROS-AP
Este destacamento do CBM-AP possui notável expertise em missões críticas, tanto em território nacional, quanto internacional. Entre os dezesseis militares amapaenses, de soldados até majores, há uma mulher, a subtenente Aline dos Santos, há 15 anos na corporação, cujas habilidades foram postas à prova em diversas operações de resgate de grande envergadura. Antes de partir para mais uma missão, Aline deixou claro o que já está a fazer na região de Bento Gonçalves.
“Não olhamos a quem, a gente olha pessoas, independentemente de qualquer coisa”.
Entre as operações em que estes bombeiros se destacaram, incluem-se a resposta rápida ao naufrágio do Anna Karoline III, ocorrido em 2020, no Amapá; as operações de resgate nas inundações devastadoras de Petrópolis, no Rio de Janeiro, em 2022; a intervenção nas enchentes de Rondônia em 2014; e a participação na missão humanitária em Moçambique, após os ciclones Idai e Kenneth devastarem aquele país em 2019.
Sobre a instabilidade do terreno, o major Leite sustentou que o perigo de um deslizamento é constante, mas ele afirmou que há estratégias para evacuação em caso de perigo de vida a civis e militares. “Ao menor indício de ameaça, as áreas são prontamente evacuadas para proteger tanto os civis quanto os profissionais envolvidos na operação”.
Os 16 bombeiros do Amapá foram selecionados pelo Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil (Ligabom), que é um órgão colegiado que abrange todas as corporações do Brasil. De Santana, município a cerca de 20 km de Macapá, os bombeiros seguiram viagem em uma balsa atravessando o Rio Amazonas, até Belém, no Pará, de onde prosseguiram via viagem terrestre. Até Bento Gonçalves, foram quase 4 mil km.
A equipe militares levou recursos materiais consideráveis. Quatro veículos de operação, juntamente com diversos equipamentos de busca e resgate e itens de proteção individual, incluindo coletes salva-vidas, trajes de mergulho, cintos de segurança com rastreamento, cordas, barracas e provisões suficientes para garantir a autossuficiência da equipe em campo.
Bombeiros do AP estão à procura de três mulheres na região de Bento Gonçalves.
Nesta quinta-feira, os bombeiros amapaenses receberam uma ocorrência de desaparecimento devido a deslizamento de terra em Bento Gonçalves As vítimas seriam três mulheres, duas senhoras octogenárias e uma mulher de 35 anos. As condições meteorológicas adversas, com chuvas persistentes aumentando o risco de novos deslizamentos, impõem uma urgência crítica e a necessidade de extrema cautela nas operações de resgate.
Os bombeiros têm notável experiência em situações de tragédia como a que estão vivenciando. o contingente está desde o dia 6 deste mês, sediados em Bento Gonçalves, junto a bombeiros de São Paulo e Tocantins, convocados que foram para somar na busca, resgate e salvamento das vítimas da catástrofe climática que destruiu 446 municípios dos 497 do Rio Grande Do Sul. Inclusive a capital Porto Alegre. Em Bento Gonçalves já houve mais de 100 ocorrências de deslizamento de terra.
O major Aderaldo Leite, um veterano em missões de resgate, narra a sua experiência de 2014, quando liderou esforços semelhantes no Espírito Santo sob a égide da Força Nacional. A memória daquela missão, marcada por enchentes e deslizamentos que resultaram em desaparecimentos, ressoa na situação atual, onde a esperança de encontrar sobreviventes se mantém apesar das probabilidades.
A experiência prévia do major Leite em situações de crise é valiosa para a equipe do Amapá, que se beneficia de sua liderança e conhecimento técnico. Em Bento Gonçalves, as forças militares estão mobilizadas para salvar e encontrar as pessoas mesmo sob condições climáticas adversas. A temperatura varia, na maioria das vezes, entre frio e muito frio. Hoje, neste momento, faz 13º nessa região. O que seria uma temperatura “agradável”, comparada a temperaturas que oscilam entre 5º e 9º.
Em meio à calamidade, o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, expressou sua gratidão à equipe de socorristas do Amapá, que tem se dedicado incansavelmente ao trabalho em áreas de acesso complicado e alto risco. O prefeito enfatizou a importância e o valor incalculável do esforço humanitário prestado, que, segundo ele, será eternamente lembrado pelos habitantes do município.
Abaixo, os 16 bombeiros militares amapaenses que estão no Rio Grande do Sul:
Mergulhadores
- 1° tenente Márcio Fonseca da Costa
- Subtenente Paulo Roberto Carvalho dos Santos
- Subtenente Alberto de Oliveira Ferreira Neto
- 1º sargento Fábio Gonçalves Soares
Agentes de resgates
- Major Aderaldo Clementino Leite
- Major Manoel Felix dos Santos
- Capitão Diego Nunes da Silva
- 2º tenente Márcio Miranda da Silva
- 2º sargento Edilson Barreiro Dias
- 2º tenente Igo Ferreira Moutinho
- Subtenente Aline Bastos dos Santos
- 3º sargento Fagner Gomes do Carmo
- 3º sargento Milton Pantoja Corrêa
- Cabo Rodrigo Vinhote Alves
- Cabo André Belo da Costa
- Soldado Ted Castro do Carmo
O RIO GRANDE DO SUL PEDE A TUA AJUDA
Em resposta à crise de calamidade pública que os gaúchos estão enfrentando, o Governo do Rio Grande do Sul reativou o SOS Rio Grande do Sul, um canal de doações. A chave PIX (CNPJ: 92.958.800/0001-38), que está vinculada a uma conta bancária no Banrisul, foi reestabelecida.
Os fundos arrecadados serão totalmente destinados ao auxílio humanitário para as vítimas das inundações e à reconstrução da infraestrutura urbana. Através do canal oficial de doações, o governo consegue centralizar a assistência financeira, garantir a segurança dos doadores e aumentar a transparência na utilização dos recursos, já que todas as movimentações financeiras serão submetidas à auditoria e supervisão do poder público.