A visita ministerial às obras do futuro Terminal Hidroviário de Passageiros, no município de Santana, pode ser um indicativo de que o Amapá está começando a iniciar um desenvolvimento “nunca antes visto na história desse estado”, em alusão à fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, inspecionaram, nesta segunda-feira, 13, as obras em andamento no Porto de Santana. O governador Clécio Luís, o prefeito de Santana Bala Rocha e o senador Davi Alcolumbre estiveram juntos durante a vistoria.
UM PORTO SEGURO
A revitalização portuária é uma das 14 iniciativas escolhidas pelo Novo PAC no estado do Amapá, para fazer parte do projeto Rotas de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano. O objetivo dessas rotas é estimular e fortalecer o comércio do Brasil com os países da América do Sul, diminuindo o tempo e o custo do transporte de mercadorias entre o Brasil, seus vizinhos e a Ásia.
O porto está prestes a receber um total de investimentos de R$ 25,4 milhões do Governo Federal e do com contrapartidas do Governo do Amapá, integrando a Rota Ilha das Guianas, uma das cinco rotas de integração.
Além de representar avanço econômico para Santana, o projeto simboliza um passo significativo na concretização das visões de Integração Sul-Americana acordadas pelos líderes políticos da região. Com o Terminal Hidroviário, o município estará preparado para se tornar um ponto focal vital no cenário econômico e logístico do Amapá e, por extensão, da América do Sul.
NOVO AMAPÁ
Entre as obras selecionadas, estão a construção do próprio Terminal Hidroviário de Passageiros de Santana, pavimentação dos trechos norte e sul da BR-156 (do Oiapoque ao Laranjal do Jari, a estrada em obras mais antiga do país), construção da ponte sobre o Rio Jari (mais de 20 anos incompleta) e dos terminais hidroviários de Mazagão, Oiapoque, Laranjal do Jari e Calçoene, além da Infovia de internet de Laranjal do Jari a Oiapoque.
Apesar de sua localização estratégica, extensa fronteira internacional e da infraestrutura do Porto de Santana, o estado do Amapá está prestes a fortalecer suas relações comerciais com seus vizinhos, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.
EXPECTATIVA MINISTERIAL
O ministro Waldez Góes expressou sua gratidão ao presidente Lula, tanto como ministro de seu governo quanto por ser cidadão do Amapá, por assegurar os recursos públicos do Brasil, neste que é um conjunto de obras mais prioritário para o estado, que é ligar o Porto de Santana à BR-156.
Ele reafirmou: “Não é mais desejo só de quem mora na Amazônia, mas do presidente Lula. Agora vamos nos organizarcomo estado, pois o Amapá também tem muito a contribuir com o país”, disse o ministro do MIDR.
A ministra Simone Tebet explicou que a Rota de Integração número 1 vai ligar definitivamente, de forma terrestre, o Amapá ao Brasil, à Guiana Francesa e ao Suriname. E que o resultado será uma porta de entrada para a Europa. “Não fizemos de qualquer maneira, conversamos com o Governo do Amapá porque aqui, no Amapá, nós iremos tratar de rodovias, ferrovias, portos, e assim, nós criaremos condições para o Amapá exportar mais”, acrescentou.
HOUVE UM CONSENSO EM BRASÍLIA
Este projeto de desenvolvimento internacional foi concebido após diretrizes apontadas pelo presidente Lula, através do Consenso de Brasília, realizado em maio de 2023, onde ele recebeu líderes da América do Sul para apresentar a integração através das cinco rotas. O presidente também encontrou os governadores dos 11 estados brasileiros que fazem fronteira com a América do Sul.
O Amapá se destaca entre os onze estados fronteiriços brasileiros por sua proximidade com um país cuja população possui maior poder de compra do que a brasileira. Isso abre margem para a implementação de programas que promovamo abastecimento do mercado da Guiana Francesa, com serviços e bens produzidos pela economia amapaense ou paraense, como carnes, pescados, vestuário, materiais de limpeza e de construção civil.
As Rotas de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano têm como objetivo formar uma vasta teia de conexões que irrigue e potencialize as relações da economia brasileira com a dos países vizinhos e, inclusive, com os mercados emergentes da Ásia e do Pacífico.
As cinco rotas são:
- Rota do Escudo Guianense, que inclui integralmente os estados de Amapá e Roraima e partes do território do Amazonas e do Pará, articulada com a Guiana, a Guiana Francesa, o Suriname e a Venezuela;
- Rota Multimodal Manta-Manaus, contemplando inteiramente o estado Amazonas e partes dos territórios de Roraima, Pará e Amapá, interligada por via fluvial à Colômbia, Peru e Equador;
- Rota do Quadrante Rondon, formado pelos estados do Acre e Rondônia e por toda a porção oeste de Mato Grosso, conectada com Bolívia e Peru;
- Rota de Capricórnio, desde os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, ligada, por múltiplasvias, a Paraguai, Argentina e Chile;
- Rota Porto Alegre-Coquimbo, abrangendo o Rio Grande do Sul, integrada à Argentina, Uruguai e Chile.
PLENÁRIA ADIADA – Os ministros Góes e Tebet realizariam, ainda ontem, no Auditório da OAB-AP, uma plenária de apresentação das rotas que irão integrar o Amapá e os demais 10 estados que fazem fronteira com a América do Sul. Porém, ambos foram chamados pelo presidente Lula, em caráter de emergência, diante da tragédia climática que o Rio Grande do Sul vem passando. Waldez Góes, junto com o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, é um dos representantes diretos da presidência no estado.