Na quinta-feira, 17, secretários de Estado e equipes técnicas se reuniram no Palácio do Setentrião, em Macapá, para alinhar expectativas e propostas. O encontro também marcou a formalização do Conselho Político para a COP30, instituído pelo Decreto nº 4608, de 10 de abril, que tem o governador Clécio Luís como presidente. A estrutura inclui ainda o Comitê Executivo, liderado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (Fapeap), e o Comitê Técnico.
A presença do Amapá na COP30 tem como objetivo atrair investimentos sustentáveis e integrar os debates sobre as mudanças climáticas, com destaque para a preservação da Amazônia e a proteção dos povos tradicionais. Em parceria com a Guiana Francesa, o estado vai apresentar projetos conjuntos, como a “Amazônia Internacional na Fronteira” e a “Amazônia Negra”, que também envolve o Suriname e a República da Guiana.

Durante a reunião, o consultor do ICLEI América do Sul, Hugo Salomão, explicou a importância da presença do Amapá nas conferências climáticas e tirou dúvidas sobre a organização da COP30. Para ele, o estado tem potencial para exercer protagonismo nos debates internacionais.
“É o momento do Amapá aproveitar as oportunidades e os investidores para se posicionar, colocar suas pautas e ser protagonista, uma posição que lhe é de direito. Espero que o Governo do Amapá possa se mobilizar para uma participação robusta. A Amazônia tem muitas realidades e o Amapá, sem dúvida, é um dos principais atores nesse contexto”, afirmou Salomão.
O ICLEI — Governos Locais pela Sustentabilidade — é a principal rede mundial de apoio a governos subnacionais comprometidos com o desenvolvimento sustentável. A organização atua na articulação de parcerias estratégicas, atração de investimentos e implantação de projetos com impactos positivos nas regiões representadas.
Sérgio Moreira, representante da Força-Tarefa de Governadores pelo Clima (GCF Task Force), destacou o Plano Estadual de Apoio à Sociobioeconomia (Peas) como um dos mais ambiciosos do mundo. Segundo ele, a bioeconomia deve se tornar, nos próximos dez anos, o principal motor da economia amapaense.
“É preciso construir estratégias — e o Amapá está fazendo isso, ao fortalecer a bioeconomia com inclusão social. Agora, o desafio é reunir essas iniciativas e apresentá-las da melhor forma na COP30”, pontuou.
Rumo à COP30
A COP30 será realizada de 6 a 21 de novembro de 2025, em Belém. A Conferência reunirá representantes de países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para discutir temas urgentes como financiamento climático, justiça climática, transição energética e os efeitos do aquecimento global.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), é esperado um público superior a 40 mil pessoas nos principais dias do evento, sendo cerca de 7 mil da chamada “família COP”, composta por delegações oficiais dos países membros e equipes da ONU.