Ciência e inclusão social: professora do Ifap vence prêmio nacional

A premiação homenageia os educadores transformadores, que projetam experiências tecnológicas, sustentáveis e de inclusão. A professora Leila Nunes disse que o foco do projeto está na inclusão cientifica e social de alunas em situação socioeconômica delicada.
Professora Leila Nunes, ao centro, com sua inseparável bandeira do Amapá, com educadores de outros estados no evento que a premiou. Foto: Karla Marques/Sebrae

A professora Leila Nunes, do Instituto Federal do Amapá (Ifap), foi a vencedora do Prêmio Educador Transformador de 2024. A premiação, de prestígio nacional, é uma homenagem aos educadores que se destacam por suas iniciativas inovadoras que impulsionam a educação no país. O projeto que a fez vencedora é intitulado “Mulheres de Fibra: Edificando o Mundo Conscientemente”. A cerimônia de premiação ocorreu durante a Bett Brasil 2024, o maior evento de educação e tecnologia da América Latina, em São Paulo.

Após mais uma vitória, ela conquistou a etapa regional também, a educadora quer continuar a incentivar ainda mais os seus alunos à Ciência. Foto: Arquivo Pessoal.

PREMIADA REGIONAL E NACIONALMENTE

Leila já havia vencido a fase regional do prêmio Educador Transformador na categoria Educação Profissional, realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Macapá. O que a credenciou para participar da premiação em São Paulo.

Naquela ocasião, em 19 de abril, Marília Correia, analista da Unidade de Educação Empreendedora do Sebrae, enfatizou que o Prêmio Educador Transformador é uma oportunidade para o Amapá ser mais reconhecido como polo de pesquisa cientifica.

A Analista completou ressaltando que a “premiação nacional reconhece os professores que têm excelentes metodologias em suas práticas pedagógicas. O prêmio também permite que o Sebrae mostre à sociedade os resultados positivos da educação empreendedora no ambiente educacional”, completou. E o Amapá, de fato, foi reconhecido com o prêmio da professora Leila Nunes, em São Paulo.

Graduada em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Pará (UFPA), a professora também tem o título de mestrado em Engenharia de Minas, Metalurgia e de Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Ela também é coordenadora, na Região Norte, do EnergIFE, programa de eficiência energética da rede federal que visa ampliar a oferta de cursos e de profissionais no setor de energias renováveis e eficiência energética. A educadora ainda desenvolve pesquisas na área de resíduos de construção civil, estruturas de concreto e materiais. Leila faz parte do corpo docente do Instituto Federal do Amapá (Ifap) desde janeiro deste ano.

A ciência sempre foi um campo praticamente dominado por homens, mas há mulheres brasileiras, em específico a professora Leila, que vem modificando a realidade cientifica ao quebrar paradigmas, conceitos machistas e preconceitos desprezíveis, através de pesquisas, aperfeiçoamento acadêmico, como mestrado e doutorado, além de premiações.

O Amapá ainda figura como um estado que pouco incentiva a produção científica. Porém, pessoas como a professora Leila Nunes demonstram que o estado é uma fonte enorme para a pesquisa e desenvolvimento de projetos. Foto: Karla Marques/Sebrae

EDUCAÇÃO, MEIO AMBIENTE E INCLUSÃO

O premiado “Mulheres de Fibra: Edificando o Mundo Conscientemente”, concebido pela professora Leila, é um incentivo à inclusão de alunas do Ifap à pesquisa cientifica. Ademais, o título do projeto possui interpretações que têm consonância direta com o objetivo que a docente pretende alcançar, como a sustentabilidade ambiental e os fatores socioeconômicos instigando, em especial, as alunas do Curso Técnico em Edificações que se encontram em situação de vulnerabilidade social. 

A iniciativa não apenas abre caminhos para que essas jovens explorem o mundo da ciência, mas também as capacita a investigar o uso de fibras naturais, provenientes de materiais orgânicos, na composição de materiais cerâmicos. Durante as aulas, o reaproveitamento de resíduos que geralmente são descartados de maneira prejudicial ao meio ambiente, também é um dos enfoques centrais do projeto. 

Alunas do Curso Técnico em Edificações, do Ifap, aprendendo a desenvolver os processos pesquisados e ensinados pela professora Leila Nunes. A docente vai continuar a incentivar seus alunos à pesquisa cientifica, essencialmente as meninas em estado social vulnerável. Foto: Marcelle Corrêa/G1

O que a professora Leila e as alunas já vinham fazendo, antes da dupla premiação da educadora do Ifap, já estava atraindo atenção de empresas da construção civil interessadas em conhecer o projeto. A professora destacou a importância de levar o Amapá para outros patamares de pesquisa, por isso mantem a expectativa e a esperança para que suas alunas também sigam pelas diversas áreas existentes na ciência.  

O Prêmio Educador Transformador é uma colaboração entre o Instituto Significare, uma organização da sociedade civil formada por educadores, pela British Educational Training and Technology (Treinamento e Tecnologia Educacional Britânica) Bett Brasil e pelo Sebrae. Os resultados da premiação foram anunciados em uma cerimônia especial na Bett Brasil 2024.

A premiação, que se destaca por sua abrangência e rigor na avaliação, ofereceu aos vencedores não apenas um símbolo de reconhecimento – o troféu – mas também um pacote de incentivos que inclui o custeio total para a participação em um evento educacional de renome e um notebook de última geração.

Este ano, o Prêmio Educador Transformador atraiu quase 3.500 inscrições. A seleção dos finalistas foi um processo meticuloso, conduzido por uma banca de jurados composta por professores, mestres e doutores em Educação, além de especialistas renomados na área. 

Todos os finalistas na expectativa do anúncio oficial. Inclusive a professora Leila e sua inseparável bandeira do Amapá, exaltando o orgulho de ser uma cientista amapaense. Foto: Karla Marques/Sebrae

SIGNIFICADO DIGNO

O Prêmio Educador Transformador objetiva reconhecer e incentivar práticas pedagógicas inovadoras. A premiação nasceu para reconhecer o talento de educadores que estão criando futuros transformadores por meio da educação empreendedora.

Professores que implementaram projetos educacionais diferenciados nos anos de 2021, 2022 e/ou 2023 se inscreveram gratuitamente. Educadores, desde a Educação Infantil, Ensino Fundamental (anos Iniciais e anos finais), Ensino Médio Regular, Educação Profissional, EJA (Educação de Jovens e Adultos) até a Educação Superior, podem concorrer ao prêmio.

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